Taxas dos DIs caem após inflação abaixo do esperado nos EUA
As taxas dos DIs cederam nesta manhã de sexta-feira em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em setembro subir menos que o esperado, reforçando a perspectiva de mais cortes de juros pelo Federal Reserve.
Às 9h38, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,10%, ante ajuste de 13,164% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,575%, ante o ajuste de 13,602%.
No mesmo horário, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo nos EUA — tinha queda de 2 pontos-base, a 3,459%. O retorno do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — estava estável a 3,985%.
Tanto o título norte-americano de dois anos quanto o de dez anos subiam antes da divulgação do CPI.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI avançou 0,3% no mês passado, depois de ter subido 0,4% em agosto. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta 3,0%, após avançar 2,9% em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,1% em relação ao ano anterior.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços aumentaram 0,2%, depois de subirem 0,3% em agosto. O núcleo do índice aumentou 3,0% em relação ao ano anterior, de 3,1% em agosto.
O indicador foi publicado a despeito de um apagão de dados econômicos devido à paralisação do governo dos EUA, a fim de ajudar a Administração da Previdência Social a calcular o ajuste de custo de vida de 2026 para milhões de aposentados e outros beneficiários. Inicialmente, a divulgação deveria ter ocorrido em 15 de outubro.
O resultado reforçou a expectativa de corte de juros pelo Fed na quarta-feira da próxima semana — um fator que também atua para que as taxas no Brasil caiam, como visto na curva a termo nesta manhã.
Antes mesmo do CPI, as taxas dos DIs no Brasil oscilavam em baixa em alguns vencimentos, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o IPCA-15 — considerado uma espécie de prévia da inflação — teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25%.
A taxa do IPCA-15 em 12 meses até outubro foi a 4,94%, abaixo dos 5,32% de setembro e da projeção de 5,01% dos economistas.
Em São Paulo, durante um evento nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o que ele qualificou como “calote” dado pelo governo anterior no pagamento de precatórios e disse que o governo Lula não quer “seguir esse caminho”.
Haddad afirmou ainda que o governo está tentando resolver o problema fiscal de forma sustentável.