Tchau, Wall Street: Trump pode excluir ações chinesas das bolsas de valores dos EUA

As empresas da China — como Alibaba e PDD Holdings — correm o risco de serem deslistadas das bolsas de valores dos Estados Unidos (EUA) pelo presidente Donald Trump. Ao menos, foi isso que sugeriu o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em entrevista a Fox Business.
Bessent afirmou, na última semana, que “tudo está em jogo” quando questionado se o republicano consideraria excluir os recibos de depósitos americanos (ADRs) das empresas chinesas da NYSE e da Nasdaq.
Desde que o Trump anunciou as tarifas recíprocas, em 2 de abril, o índice Nasdaq Golden Dragon China (HXC), que rastreia as maiores ações chinesas nos EUA, despencou 15,47%.
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As quatro empresas com maiores valores de mercado listadas no índice registraram quedas expressivas no período, sendo que só a Alibaba (BABA) caiu 19,56%. NetEase (NTES), JD.com (JD) e Baidu (BIDU) recuaram 8,41%, 14,50% e 9,96%, respectivamente.
A dona da varejista online chinesa Temu, PDD Holdings (PDD), por sua vez, teve uma baixa de 24,42%.
Hoje, após uma série de retaliações, a tarifa da Casa Branca contra produtos chineses é de 145%. Já as taxas da China para os EUA são de 125%.
EUA x China
O governo chinês colocou as cartas na mesa e apresentou as suas condições para abrir diálogo com os EUA. Pequim quer que o país mostre “respeito” e “pare de ameaçar e chantagear”.
“Se os EUA realmente querem resolver o assunto por meio do diálogo e da negociação, devem parar de exercer pressão extrema, parar de ameaçar e chantagear, e conversar com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Na última vez que elevou as tarifas retaliatórias, o governo chinês já havia demonstrado que não quer entrar, de fato, em uma guerra comercial.
“A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”, disse na época.