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Techs demitem em 20 dias o que não fizeram nos primeiros oito meses de 2022

21 jan 2023, 15:00 - atualizado em 20 jan 2023, 16:59
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Alphabet se junta ao grupo de empresas de tecnologia que buscam enxugar o quadro de funcionários (Imagem: Freepik/ Depositphotos- Montagem: Julia Shikota)

A Alphabet (GOGL34), empresa parental do Google, se somou à tendência de demissões que assombra o mundo das empresas techs. Nesta última sexta, 20, a empresa anunciou um corte de 6% da força de trabalho, o que representa 12 mil funcionários.

Dias atrás, cortes de funcionários também foram anunciados pela Microsoft (MSFT) e Amazon (AMZN). No caso da empresa de Bill Gates, o corte envolve a demissão de 10 mil funcionários até o final do terceiro trimestre de 2023, correspondendo a 5% da base total de funcionários.

Já no caso da empresa de Jeff Bezos, o cenário é ainda mais drástico. A empresa fará um corte até 80% maior do que se especulava inicialmente.

Amazon.com cortará empregos nos Estados Unidos, Canadá e Costa Rica como parte de plano de demitir 18 mil funcionários, anunciou a companhia em um memorando interno obtido pela Reuters na quarta-feira.

De lado a lado, acumulam-se exemplos de demissões no ramo de tecnologia. E o intervalo entre os anúncios está cada vez mais apertado.

De acordo com o site Layoffs.fyi, nos primeiros 21 dias de 2023, 154 techs já demitiram mais de 55 mil funcionários. Para se ter ideia, foi preciso quase nove meses em 2022 para se atingir esse mesmo número.

Ao todo, em 2022, foram mais de 155 mil demissões, com participação de 1032 empresas.

Com os juros beirando os 5% nos EUA, empresas do setor de tecnologia se veem forçadas a enxugar suas operações e reduzir custos, à medida que o custo da dívida (por via de regra alta para um setor alavancado como este) se afasta dos patamares conhecidos na década passada.

Não é só nas techs: empresas do setor cripto demitiram 28 mil funcionários em 2022

A deterioração do cenário macroeconômico, que levou o Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas a caírem mais de 70% das máximas registradas ao fim de 2021, também trouxe consequências para a vida de empresas do setor de criptomoedas.

Isso sem contar o abalo na confiança dos investidores, que se viram repentinamente cercados por casos de falências e escândalos, como os que envolveram a Celsius Network e a FTX.

Devido ao acúmulo de tantos percalços, estima-se que as companhias do setor fizeram cortes de até 28 mil funcionários desde abril de 2022 (mês seguinte ao primeiro aumento de juros do Federal Reserve).

 

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.