Saúde

Tecpar testará vacina russa para Covid-19 em 10 mil brasileiros no início de 2021

04 set 2020, 14:58 - atualizado em 04 set 2020, 14:58
Coronavírus Vacina
A Rússia comemorou o desenvolvimento da primeira vacina contra o coronavírus registrada do mundo como prova de sua destreza científica (Imagem: Reuters/Dado Ruvic)

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que assinou um acordo para produzir a vacina russa Sputnik 5 contra o coronavírus, informou nesta sexta-feira que planeja conduzir testes de Fase 3 em 10 mil voluntários no Brasil no início do próximo ano.

Jorge Callado, chefe do instituto, disse que a aprovação do teste será solicitada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o final deste mês.

As doses para os testes serão importadas, e o Tecpar planeja produzir a vacina para o mercado brasileiro no segundo semestre de 2021.

Futuramente, a Tecpar pode cogitar exportar para vizinhos latino-americanos, afirmou Callado.

O Paraná é um de vários Estados brasileiros que decidiram buscar acesso a vacinas contra Covid-19 por contra própria, motivados ao menos em parte pela desconfiança da postura do governo federal.

O presidente Jair Bolsonaro minimizou diversas vezes a gravidade da pandemia, que já infectou mais de 4 milhões de brasileiros e matou 124.600 no pior surto mundial, com exceção do norte-americano.

Callado disse que a publicação de resultados que mostraram que a vacina russa produziu uma reação de anticorpos em testes de estágio inicial na revista médica The Lancet nesta sexta-feira é um desdobramento importante. Ele descartou a suspeita sobre a decisão russa de acelerar o registro da Sputnik 5.

A Rússia comemorou o desenvolvimento da primeira vacina contra o coronavírus registrada do mundo como prova de sua destreza científica.

No mês passado, o governo paranaense assinou um memorando de entendimento com o Instituto Nacional de Pesquisa Gamaleya da Rússia, que está desenvolvendo a vacina, e com o Fundo Russo de Investimento Direto, que a está comercializando.

Callado disse que a vacina será administrada em duas doses, com 15 dias de intervalo entre elas, no início do ano que vem e que será preciso de dois a três meses para processar os resultados antes de ela poder ser registrada no Brasil.

Ele ainda disse que 200 milhões de reais foram contingenciados para adquirir as vacinas, que serão usadas primeiramente para inocular a população do Estado.

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