Internacional

Temor de alta em taxa de exportação gera mais vendas futuras de grãos na Argentina

08 nov 2019, 18:11 - atualizado em 08 nov 2019, 18:12
Alberto Fernández e Cristina Kirchner Eleições da Argentina
Produtores estão buscando proteção contra possíveis aumentos nas taxas de exportação sob a presidência de Alberto Fernández (Imagem: Reuters/Agustin Marcarian)

As vendas futuras de milho e soja da Argentina estão aumentando em relação aos níveis vistos no ano passado, com produtores praticando buscando proteção contra possíveis aumentos nas taxas de exportação sob a presidência de Alberto Fernández, que assume o cargo em 10 de dezembro.

Com quase metade da safra de milho deste ano já plantada e a semeadura de soja recém-iniciada, agricultores venderam 12,4 milhões de toneladas de milho e 7,2 milhões de toneladas de soja, versus 4,6 milhões e 2,9 milhões de toneladas, respectivamente, em igual período do ano passado.

O peronista Fernández derrotou o atual presidente Mauricio Macri, pró-mercado, nas eleições de outubro. O partido peronista tradicionalmente defende maior intervenção do Estado na economia, incluindo taxas mais elevadas para exportação.

“Eu já vendi quase tudo. Não vale a pena esperar”, disse à Reuters o produtor Jorge Bianciotto, que administra 4 mil hectares na cidade de Pergamino, no norte da província de Buenos Aires.

As tarifas de exportação são pagas pelas empresas exportadoras, que por sua vez descontam os gastos dos preços que pagam aos agricultores por seus cultivos. Sob o acordo de empréstimo de 57 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina, as taxas de exportação do país estão em cerca de 25% para a soja e de 6,7% para milho e trigo.

As exportadoras estão buscando garantir seus suprimentos desde já, para evitar o risco de que produtores se recusem a vender mais à frente caso as taxas aumentem. Da mesma forma, os agricultores desejam vender antes que qualquer alta nas tarifas de exportação ocorra e seja repassada aos valores pagos a eles.

A economista-chefe da bolsa de grãos de Rosário, Emilce Terre, descreveu o clima no setor agroexportador como “de incerteza, sem que se saiba qual será a realidade comercial no ano que vem”.

Considerando a ausência de políticas agrícolas específicas nos planos de Fernández, produtores e exportadores imaginam possíveis aumentos nas taxas.

A bolsa espera que a Argentina produza uma safra de 51 milhões de toneladas de soja em 2019/20, além de 47,5 milhões de toneladas de milho.

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