Temporada de balanços do 1T25: Veja o que esperar do trimestre, segundo a XP

A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) já começou e a maior concentração de balanços está no mês de maio. Na avaliação do time de analistas da XP Investimentos, o trimestre deve ser sequencialmente mais fraco, conforme consenso do mercado, mas ainda relativamente sólido em comparação anual.
A equipe de analistas liderada por Fernando Ferreira pontua que as empresas devem entregar um modesto crescimento entre as três principais métricas: lucro por ação; lucro operacional, medido pelo Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização); e receitas.
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Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, o consenso do mercado, segundo dados do Bloomberg, é de um crescimento do lucro por ação de 5,8%. Para o Ebitda e receita, as expectativas são de crescimento de 11,4% e 0,6%, respectivamente.
A XP pondera que a expectativa mais fraca de crescimento reflete um cenário macroeconômico ainda pressionado, além de uma valorização do real prejudicando as exportadoras.
“Em 2025, nós esperamos que o cenário macroeconômico doméstico se deteriore ainda mais, com a taxa Selic atingindo 15,5%, além de uma desaceleração da atividade econômica”, dizem os analistas.
Os analistas avaliam que o cenário no Brasil é desafiador para as companhias devido às taxas de juros elevadas, pressões inflacionárias e ruídos fiscais em meio a um ambiente macro global também difícil.
As projeções dadas pelas companhias serão de importância crítica para os investidores olhando para frente, diz a XP.
Os setores que devem se destacar na temporada de balanços
Para o primeiro trimestre de 2025, a XP espera que os setores do agronegócio, frigoríficos, bens de capital, financeiro e varejo sejam os destaques.
No caso do agro, o trimestre deve refletir a recuperação contínua dos resultados, tanto para grãos quanto para os produtores de açúcar e etanol, impulsionada pelos preços mais altos em todas as commodities, na avaliação dos analistas.
Já os frigoríficos são apoiados por preços sólidos de proteínas de forma geral. No entanto, os holofotes devem permanecer nos papéis expostos à avicultura, como JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3), uma vez que as margens das empresas com foco em carne bovina devem começar a ser pressionadas por custos mais elevados.
Em relação aos bens de capital, a XP projeta resultados sazonalmente fracos para a maioria das companhias no trimestre, com empresas expostas ao agro, como Randon (RAPT4) e Kepler Weber (KEPL3), se destacando negativamente diante de um cenário de demanda desafiador, com juros elevados e preços de commodities em queda, atuando como obstáculos para investimentos.
Do lado financeiro, as empresas devem refletir um ambiente operacional mais fraco — porém ainda resiliente — após um 4T24 robusto.
“Juros elevados, mas estáveis, o primeiro impacto trimestral completo da Resolução 4.966 e a sazonalidade típica do primeiro trimestre devem desacelerar a originação de crédito e aumentar levemente a inadimplência”, avalia a XP.
Por fim, os analistas esperam um trimestre melhor do que o temido para o varejo, apesar do cenário macro ainda fragilizado.