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Temporada de balanços do 3º tri sugere que pior da pandemia ficou para trás, vê XP

17 nov 2020, 19:31 - atualizado em 17 nov 2020, 20:25
Xp
Ás estimativas dos analistas da casa, 65% dos resultados das empresas listadas na bolsa foram acima das previsões e 30% ficaram dentro do esperado (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A progressiva abertura da economia e a melhora nos indicadores econômicos se refletiram nos resultados do terceiro trimestre das companhias brasileiras listadas na B3 (B3SA3), com mineração e siderurgia sendo o grande destaque setorial, avaliou a equipe de estratégia e análise da XP Investimentos.

“Os números reportados pelas empresas superaram nossas expectativas, fazendo-nos acreditar que o pior em relação aos impactos frente à pandemia ficou para trás”, afirmou a equipe capitaneada por Fernando Ferreira, em prévia de relatório sobre a safra de balanços de terceiro trimestre que terminou nesta terça-feira.

Em relação às estimativas dos analistas da casa, 65% dos resultados das empresas listadas na bolsa foram acima das previsões e 30% ficaram dentro do esperado.

Do ponto de vista setorial, a XP (XP) considerou que o grande destaque foi o setor de mineração e siderurgia, com todas as empresas que acompanham reportando resultados acima do esperado.

Além do efeito positivo frente à alta do dólar no período, os analistas citam que a retomada da atividade industrial, da construção civil e do setor automotivo devido ao aquecimento da economia após os impactos da pandemia impulsionaram os resultados das siderúrgicas.

No caso da Vale (VALE3), o preço de minério de ferro e o volume de vendas foram os grandes suportes.

Ações de frigoríficos, citaram, também se beneficiaram da depreciação cambial, com o volume de exportações reforçando os resultados, enquanto no setor de bebidas, representado pela Ambev (ABEV3), houve recuperação do consumo conforme as medidas de restrições à circulação dos consumidores foram gradualmente sendo removidas.

A Petrobras (PETR4), na visão dos analistas, apresentou resultados excelentes mesmo em um trimestre em que preços de petróleo Brent foram em média de 43 dólares por barril, “o que demonstra a maior resiliência da companhia à menores preços da commodity”.

A XP destacou que as incorporadoras também surpreenderam, refletindo o reaquecimento do setor da construção civil e a retomada dos lançamentos e vendas, com destaque para os resultados de MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3) (baixa renda) e EZTec (EZTC3)(média e alta renda).

Ainda entre os destaques positivos, a equipe citou setor de varejo, com empresas mais fortes no segmento digital sendo as mais beneficiadas, como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Americanas (LAME3), B2W (BTOW3) e Via Varejo (VVAR3), embora a performance no varejo físico tenha contribuído.

Para os analistas da XP, o setor financeiro teve uma “boa temporada de resultados”, com a retomada das atividades contribuindo para um aumento da receita de serviços, além de um crescimento do crédito com nível ainda baixo de inadimplência e a diminuição do provisionamento complementar.

Em relação a empresas de energia elétrica e saneamento, a avaliação é de que apresentaram em geral uma sólida performance, refletindo menores impactos da crise da Covid-19 conforme a demanda se recuperou gradualmente e distribuidoras puderam retomar cortes de fornecimento por inadimplência.

Quanto aos resultados dos shoppings centers, a XP afirmou que houve uma recuperação, após meses desafiadores.

Esg

A XP também observou que fatores ambientais, sociais e de governança corporativa, resumidos na sigla em inglês ESG (do termo em inglês Environmental, Social and Governance), ganharam espaço nos relatórios e teleconferências de resultados de diferentes empresas.

A equipe citou que o mercado vem acompanhando cada vez mais de perto as empresas mais preparadas nas questões ambientes, sociais e de governança.

“Sem dúvida, ainda estamos no início da jornada ESG no Brasil e o caminho adiante é longo, mas essa temporada de resultados confirmou o que já temos ressaltado nos últimos meses: a sigla ESG veio para ficar e será cada vez mais fator central das discussões, e as empresas que não se adaptarem a este novo cenário ficarão para trás.”

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