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Tenda (TEND3) dispara 17%; o que pegou investidores de surpresa?

18 jan 2023, 12:14 - atualizado em 18 jan 2023, 18:52
Tenda
Ações da Tenda disparam com mercado reagindo positivamente aos números do quarto trimestre, acima dos três meses anteriores (Imagem: Facebook/Tenda)

As ações da Tenda (TEND3) dispararam no pregão desta quarta-feira (18) na B3 com investidores reagindo positivamente aos números da prévia operacional da construtora divulgados ontem à noite. Após trimestres de resultados ruins, analistas veem sinais de recuperação no quarto trimestre de 2022.

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Os papéis da construtora fecharam em alta de 17,01%, cotados a R$ 5,16, em dia de forte volume de negócios. Ainda assim, no acumulado em 12 meses, a Tenda exibe o maior tombo do setor, com desvalorização perto de 65%.

Analistas se dividem em relação às avaliações sobre o desempenho da Tenda no quarto trimestre entre números mistos e positivos. Porém, eles veem viés de recuperação após a companhia acumular trimestres de prejuízo.

Tenda exibe dados melhores ante trimestre anterior

As vendas líquidas da construtora mineira somaram R$ 657 milhões de outubro a dezembro, queda de 15,9% na comparação anual, porém, o número ficou 34,3% acima do registrado no terceiro trimestre.

A velocidade sobre oferta líquida (VSO) ficou em 25,9%, queda de 6 pontos percentuais (p.p.) na base anual e alta de 5,6 p.p. no comparativo trimestral.

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Já os lançamentos tiveram um salto em relação a julho a setembro, de 87,2%, somando R$ 704,2 milhões em valor geral de vendas (VGV). Porém, o montante ficou 15,8% abaixo do visto no mesmo trimestre de 2021. A Tenda lançou nove empreendimentos no último trimestre do ano passado, praticamente metade do que foi lançado um ano antes.

No acumulado de 2022, as vendas líquidas somaram R$ 2,28 bilhões, recuo de 26,7%, e os lançamentos atingiram R$ 2,31 bilhões em VGV, total 24,4% abaixo do visto em 2021.

Analistas veem sinais de recuperação, mas curto prazo é desafiador

“Apesar dos lançamentos fracos no período, a Tenda apresentou um VSO consistente, enquanto aumentou os preços de venda para recuperar rentabilidade. O que faz parte da estratégia da reestruturação da empresa”, comentam os analistas do setor de real estate do BTG Pactual.

Os analistas ainda dizem estar otimistas com o segmento de baixa renda após as recentes mudanças no programa Casa Verde e Amarela, agora novamente Minha Casa, Minha Vida. “Ainda assim, a Tenda enfrenta um curto prazo difícil devido ao fraco momento operacional”, acrescentam.

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Os analistas do Bradesco BBI, Bruno Mendonça e Pedro Lobato, veem os números operacionais como positivos, considerando o foco da construtora em renovar as margens e priorizar a geração de caixa.

“A redução de lançamentos fazia parte do acordo da empresa com os devedores. Portanto, necessariamente negativa, principalmente considerando o constante aumento de preços das unidades”, comentam. O preço médio por unidade lançada foi de R$ 202,2 mil de outubro a dezembro, alta 36,7% ante um ano antes.

Para a equipe do Bradesco BBI, o processo de recuperação de margem, provavelmente, levará mais do que alguns trimestres para refletir na lucratividade. “Ainda vemos os números operacionais do quarto trimestre como um sinal de que a gestão tem uma abordagem cuidadosa do processo de recuperação, o que consideramos positivo”, reforçam.

Os analistas do Santander que acompanham o setor reforçam esse curto prazo “desafiador” diante o fraco impulso de ganhos, com perdas líquidas e queima de caixa projetada para os próximos 12 meses.

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Além disso, há incertezas associadas à magnitude da recuperação da margem bruta, como também riscos crescentes em relação a uma potencial violação de cláusulas e ou aumento de capital da companhia diluindo o número de acionistas.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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