Tensão tarifária entre Brasil e EUA derruba Ibovespa; mercado teme maior popularidade de Lula
O mercado opera em baixa nesta sexta-feira (18), repercutindo o aumento das tensões entre Brasil e Estados Unidos. A situação escalou a ponto do ex-presidente Jair Bolsonaro sofrer medidas restritivas, a pedido do ministro Alexandre de Moraes.
No Giro do Mercado, a jornalista Paula Comassetto recebeu Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, para comentar a semana de tensões entre os países que amplia a queda do Ibovespa (IBOV), superior a 1%.
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De acordo com Hungria, a possibilidade de que o presidente Lula consiga recuperar popularidade devido à situação da oposição preocupa o mercado, ampliando as perdas dos ativos.
“O mercado obviamente tem preferência por um candidato mais de centro-direita, mais reformista. O avanço do governo, que vinha perdendo popularidade e vem crescendo em cima deste episódio, diminui as chances de mudança para as próximas eleições”, afirmou.
O analista acredita que o impacto econômico tende a ser limitado, já que as importações dos EUA representam apenas cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Além disso, parte delas poderiam ser direcionadas para outros mercados.
A grande dúvida é sobre até que ponto o presidente americano, Donald Trump, está disposto a escalar o conflito. Com a situação envolvendo Bolsonaro, agora impedido até de acessar as redes sociais, o mercado teme nova elevação tarifária.
Apesar das incertezas, o especialista afirma que o cenário não muda a expectativa para os ativos brasileiros, sobretudo aqueles bem fundamentados.
“Não tem muito o que fazer. A ideia é: se você tem uma carteira muito voltada para esse tipo de empresa que exporta para os EUA, você deveria reduzir um pouco a sua exposição”, disse Hungria. No entanto, mesmo para elas, o analista ainda vê pontos positivos.
O programa ainda abordou outras perspectivas para os ativos que devem sofrer com as tarifas, como Embraer (EMBR3), além do desempenho dos mercados globais. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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