Terras raras é um ‘presente geopolítico’ para o Brasil, diz economista-chefe da Itaú Asset
Para o economista-chefe da Itaú Asset, Thomas Wu, o ano de 2025 foi marcado por uma escalada das tensões geopolíticas e, com um cenário global mais “tenso”, a corrida armamentista voltou à tona, sendo protagonizada pelas duas maiores economias do mundo: Estados Unidos e China.
Por trás dessa nova “corrida” está a dependência de terras raras – o que faz o Brasil se destacar com um potencial geopolítico entre as demais economias do mundo. O país tem a segunda maior reserva de terras raras – com cerca de metade da reserva da China, que é o maior produtor do mundo.
Isso, na avaliação de Wu, é um “presente geopolítico”. “O mundo nos dá oportunidades interessantes: sobrevivência e estratégia de segurança passam por um fornecedor de terras raras que não é a China, é a gente”, afirmou o economista-chefe durante o evento Perspectivas 2026, realizado pela Itaú Asset nesta quinta-feira (11).
“Os Estados Unidos têm que se armar até os dentes para evitar um conflito com a China, mas precisa importar uma coisa que a China faz. A China [como principal oponente, por sua vez] tem imposto restrições para vender terras raras para os EUA”, afirmou Wu, destacando isso como um “gargalo” na estratégia norte-americana.
Nesse cenário, o Brasil está bem-posicionado para ser “parte da solução” como um dos principais fornecedores aos EUA. “Isso nos dá uma vantagem geopolítica gigante. [Terras raras] não vai fazer com que as nossas exportações tripliquem, é uma coisa estratégia geopolítica”, disse Wu.
“Se a gente começar a investir em tecnologia para terras raras hoje, talvez em 2030 podemos ter 20% desse mercado.”
Contudo, na visão do economista, é preciso discutir projetos que foquem na eficiência do Estado para esse potencial virar Produto Interno Bruto (PIB) de forma sustentada – e para esse crescimento sustentável ser inclusivo, é preciso olhar para educação. “Eficiência do Estado e educação têm que andar juntas.”