Tesla (TSLA) tem balanço fraco, ações caem 8% — e o pior ainda nem chegou

O balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25) da Tesla (TSLA) foi considerado bastante decepcionante pelo mercado, o que explica a queda de 8,37% por volta das 11h45 desta quinta-feira (24).
Nos três meses encerrados em junho a companhia apresentou vendas de US$ 22,496 bilhões, valor 11,7% menor do que no mesmo período do ano passado.
A principal linha do negócio da empresa, proveniente da venda de veículos elétricos, foi de US$ 16,661 bilhões, um recuo de 16,1% na comparação anual, sendo este o segundo trimestre consecutivo de queda no segmento.
Para Enzo Pacheco, analista de tecnologia da Empiricus, além dos resultados insatisfatórios, a geração de caixa da companhia também apresentou problemas no período.
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Durante a teleconferência com analistas, Elon Musk, CEO da montadora, pontuou que a Tesla ainda deve enfrentar trimestres complicados pela frente, por conta das pressões decorrentes das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
Além disso, a aprovação do projeto de lei orçamentária no Congresso americano deve excluir os créditos para incentivar a compra de veículos elétricos, o que tende a impactar ainda mais os negócios da Tesla.
“Nem mesmo a afirmação de que a empresa deve iniciar a produção de um modelo mais acessível nos próximos meses parece ter animado os investidores, com as ações caindo mais de 8% no pregão de hoje. No ano, a queda já é de mais de 24%”, diz Pacheco.
Um raio-X na Tesla (TSLA)
Apesar de entender todo o potencial na qual a companhia está inserida, em grande parte por conta das apostas de Musk, fato é que uma boa parte do financiamento das novas empreitadas da Tesla depende de um mercado tradicional que tem visto um forte aumento de competição no passado recente.
É verdade que a Tesla também acelerou a apresentação de novos projetos, como a expansão da frota de robotáxis e o desenvolvimento de robôs humanóides.
Recentemente, a Tesla lançou um projeto de robotáxis semi-autônomos em Austin, no Texas, com motoristas apenas para a segurança. A empresa planeja expandir o serviço para mais cidades, mas sem motoristas, visando escala com baixo investimento.
Outro exemplo foi a entrega autônoma de um veículo da fábrica ao comprador, que pode percorrer, sozinho, um trajeto de 30 minutos.
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Mesmo assim, o futuro ainda não prece dos melhores para a Tesla. Isso porque o fluxo de caixa proveniente das operações da empresa teve uma queda de 29,7% na comparação anual, encerrando o trimestre nos US$ 2,540 bilhões.
Considerando os investimentos realizados no período, que totalizaram US$ 2,394 bilhões (crescimento de 5,4% contra o 2T24), o fluxo de caixa livre da companhia foi de apenas US$ 146 milhões (-89,1%).
“Importante salientar, contudo, que a Tesla ainda conta com caixa e equivalentes de US$ 36,872 bilhões, um aumento de 19,7% em relação a um ano atrás. Como contraponto, já são três trimestres consecutivos que a empresa mantém esse mesmo saldo no seu balanço”, diz Pacheco.