Tesouro vê dívida bruta em deterioração com previsão pior para juros, câmbio, inflação e fiscal

O Tesouro Nacional projetou nesta quarta-feira (16) que a dívida bruta do governo geral fechará 2025 em 79,0% do Produto Interno Bruto (PIB) e seguirá em trajetória de alta até 2028, quando deve atingir 84,3% do PIB, passando a apresentar uma trajetória com leve queda do indicador nos anos seguintes.
Em relatório de projeções fiscais, o Tesouro apontou que a dívida bruta deve cair a 82,9% do PIB em 2035, último ano da projeção.
Os dados mostram uma piora a médio e longo prazo, na comparação com as projeções feitas em dezembro de 2024. Na ocasião, a pasta previu uma dívida bruta que atingiria um pico de 81,8% do PIB em 2027, entrando em trajetória mais acelerada de queda até alcançar 75,6% do PIB em 2034.
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“O deslocamento para cima na trajetória da DBGG desde o último relatório se deve à diferença na grade de parâmetros macroeconômicos, em que as projeções apresentam, na média, taxa de juros, câmbio e inflação mais altos”, justificou o Tesouro.
“Além disso, o resultado fiscal do setor público deste relatório é, na média, menos superavitário que o resultado fiscal do relatório anterior.”
Segundo dado mais recente do Banco Central, responsável pela medição da dívida bruta do governo, o indicador atingiu 76,1% do PIB em maio deste ano.
Agentes de mercado têm apresentado ceticismo em relação à capacidade do governo de sanear as contas federais e estabilizar a dívida pública, o que a equipe econômica argumenta ter se tornado mais desafiador diante do aumento dos juros básicos pelo Banco Central para combater a inflação.
Na visão do mercado, segundo pesquisa de julho do relatório Prisma do Ministério da Fazenda, a dívida bruta fechará este ano em 80,0% do PIB, alcançando 84,1% do PIB já em 2026, patamar que o Tesouro espera ver apenas entre 2027 e 2028.