Internacional

Teste em massa é caminho para retorno nas universidades dos EUA

22 ago 2020, 10:05 - atualizado em 19 ago 2020, 15:38
Universidades Educação
Os custos de não testar ficaram claros na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill esta semana. A instituição não exigia teste antes da volta às aulas (Imagem: Unsplash/@napr0tiv)

Nos EUA, muitas universidades veem o teste de Covid-19 como única maneira de trazer os alunos de volta com segurança no início do ano letivo, mas suas abordagens são bastante diferentes.

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Algumas exigem resultados de testes antes que o aluno entre na escola, outras oferecem exames na chegada. Há ainda as que contam com o rastreamento de sintomas e testes aleatórios.

As que têm laboratórios próprios testam a saliva ou muco bucal dos frequentadores do campus para identificar a presença do novo coronavírus.

Os custos de não testar ficaram claros na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill esta semana. A instituição não exigia teste antes da volta às aulas. A parcela de resultados positivos para a doença no campus saltou de 2,8% para 13,6% em apenas uma semana, levando o total de infectados a 135 na terça-feira. As aulas presenciais foram canceladas na segunda e alunos que moravam no campus estão sendo retirados do local.

Assim como a Universidade da Carolina do Norte, a Universidade Notre Dame convidou alunos a voltar no início de agosto, mas exigiu que fossem testados antes.

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Ainda assim, os resultados positivos aumentaram, chegando a 147 na terça-feira, menos de duas semanas após o diagnóstico do primeiro caso. Práticas de rastreamento descobriram que a maioria dos casos estava relacionada a alunos no último ano de graduação que vivem fora do campus.

Isso levou o reitor John Jenkins a colocar online todas as aulas da graduação por pelo menos duas semanas e reduzir as atividades, impedindo alunos que moram fora do campus de vir ao local.

Os espaços públicos foram fechados e só os moradores têm permissão para estar nos alojamentos universitários. O número de participantes de reuniões foi reduzido pela metade, a 10 pessoas.

A escola fez parceria com a Laboratory Corp. of America e realiza testes no estádio de futebol em quem tem sintomas. Jenkins afirmou em pronunciamento online na noite de terça-feira que irá “nas próximas semanas, aprimorar testes para os que apresentam sintomas e testes de vigilância para aqueles sem sintomas”.

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Se essas medidas limitarem a propagação da doença, as aulas presenciais podem voltar, disse Jenkins. Se não, os alunos vão para casa, como ocorreu no segundo trimestre.

Instituições de ensino em todo o país não encontram respostas fáceis sobre como implementar e policiar o uso de máscaras, distanciamento e triagem de alunos que desejam retomar não apenas sua educação, mas também sua vida social, com festas e encontros com amigos.

“Muitas escolas estão distribuindo uma máscara e um frasco de álcool gel e falando para as pessoas se comportarem”, disse David Paltiel, professor de saúde pública da Universidade de Yale e coautor de um estudo que concluiu que as instituições de ensino deveriam fazer testes rápidos e baratos de tantos em tantos dias.

“Eu acho que isso é pedir para os alunos fracassarem. E não só isso, serem culpados pelo fracasso.”

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Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA não recomendam testar todos os alunos, professores e funcionários que retornam ao campus.

No entanto, existe recomendação de triagem ampla de indivíduos que não apresentam sintomas em locais como alojamentos, laboratórios e salas de conferências, onde o novo coronavírus pode se espalhar rapidamente.

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bloomberg@moneytimes.com.br