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The Money Office: Direita ou esquerda, quando populistas, são ruins para os mercados

03 dez 2021, 18:46 - atualizado em 03 dez 2021, 18:54
Esqeuerda ou direita
Nem direita, nem esquerda: governos populistas só são capazes de impulsos de curto prazo (Imagem: Unsplash/ Pablo García Saldaña)

Há uma certa “certeza” de que o mercado “prefere” a direita em relação à esquerda, mas isto não se sustenta quando os governos são ou se tornam populistas. Aí tudo fica ruim mesmo, mostra um estudo publicado nesta semana pelo professor de finanças Sebastian Stöckl, da Universidade de Liechtenstein e Martin Rode, economista da Universidade de Navarra.

Os resultados foram colhidos de dados de 331 eleições em 41 países da União Europeia e da OCDE.

“Claramente, os mercados desconfiam principalmente do populismo de esquerda, embora isso pareça ser parcialmente mitigado no contexto das democracias de alta renda, onde geralmente existem barreiras institucionais importantes”, escreveram no seu documento “Populismo, Mercados Financeiros e Capitalismo Político”.

Durante uma eleição, quando um candidato de esquerda está à frente, os níveis de incerteza são impulsionados por investidores que compram opções de venda a descoberto para se protegerem de choques de mercado porque estão potencialmente expostos às políticas econômicas dos partidos populistas de esquerda.

Efeito marginal médio do populismo para a incerteza política por ideologia populista

Mas não é bem assim

Os pesquisadores explicam que é fácil observar por que governos populistas de esquerda são percebidos como uma ameaça potencial pelos mercados financeiros, dado seu péssimo histórico econômico.

“Por sua vez, é muito mais difícil ver por que o populismo de direita deveria ser avaliado como redutor de incertezas. Uma tentativa de resposta pode ser fornecida pelos ambíguos programas de política econômica do populismo à direita: isso geralmente oscila entre um severo programa anti-livre comércio e uma expressiva disposição de atender às necessidades das grandes empresas”, provocam.

Ou seja, é questionável se tais políticas irão melhorar o desempenho econômico de longo prazo, mas no curto prazo, elas podem, no entanto, ser percebidas como positivas pelos investidores nos mercados financeiros porque o desempenho do mercado de ações e a evolução do PIB são, de muitas maneiras, coisas diferentes.

“Os mercados financeiros refletem os lucros futuros esperados, portanto, impostos mais baixos sobre os lucros, por exemplo, têm o potencial de elevar os preços das ações, mesmo que o PIB não seja afetado no curto prazo. Isso é ainda mais verdadeiro se os investidores esperam lucros anormalmente altos de um tratamento politicamente favorável”, concluem.

Gustavo Kahil é fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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