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Thiago Cesar: recessão prolongada reforça a necessidade de ter ativos escassos em carteira

18 jun 2020, 15:59 - atualizado em 18 jun 2020, 16:06
Para se proteger da emissão desenfreada de dinheiro, aloque uma parte do seu portfólio de investimentos em bitcoin, ouro e outros ativos escassos (Imagem: Freepik/master1305)

O contexto econômico atual, imposto pelas medidas de combate ao coronavírus, aponta para uma recessão prolongada e abre uma janela de oportunidade única para investimentos em ativos tradicionalmente anticíclicos no ano de 2020.

Nesse sentido, investimentos como em ouro e bitcoin se sobressaem, tanto do ponto de vista de proteção de patrimônio como na busca por retornos em momentos de incerteza global. Isso especialmente no Brasil, que pode ter sua moeda fortemente desvalorizada ante o cenário atual. 

O bitcoin é, por natureza, um ativo deflacionário, ou seja, sua oferta não pode expandir além dos 21 milhões de unidades. Um evento recente, previsto em seu protocolo, explicitou essa característica ao cortar pela metade a emissão de novas moedas.

Da mesma forma que a quantidade de ouro é limitada por natureza, a oferta de bitcoin é limitada por seu algoritmo. Isso o torna uma boa reserva de valor no longo prazo, dada a sua tendência natural em manter seu poder de compra frente aos bens e serviços que consumimos. 

Na outra ponta, o dinheiro físico vem perdendo credibilidade. A crise atual desencadeada pelo novo coronavírus ligou a impressora de dinheiro na maior parte das nações desenvolvidas.

A constante emissão de dólares ao longo da História sempre teve caráter inflacionário, e não é diferente agora. Ou seja, mais dólares sendo impressos em relação à produção de bens e serviços fará com que a moeda perca o seu valor, como vem ocorrendo historicamente.

Com a chegada da crise do coronavírus, agravada pela dívida americana em patamares históricos, a nova onda de impressão de dinheiro certamente provocará mais inflação.

Além disso, é preciso lembrar que o dólar é a moeda de reserva do mundo todo. Assim, todas as transações internacionais são liquidadas na moeda norte-americana. Essa nova onda de impressão de dinheiro poderá gerar desconfiança sobre a capacidade de recuperação da economia americana.

Em meio ao caos econômico mundial, é importante estudar sobre alternativas de investimento (Imagem: Unsplash/@bermixstudio)

Tal desconfiança poderá provocar um movimento mais contundente por países que disputam a hegemonia norte-americana, como a China. Dessa forma, novos arranjos podem propor a substituição do dólar como reserva internacional — ao menos no longo prazo. 

As medidas inflacionárias dos bancos centrais trazem, ainda, um outro efeito colateral. Tanto a crise atual quanto a de 2008 foram pautadas pelo expansionismo monetário, principalmente nas economias desenvolvidas.

Isso foi feito às custas do aumento de dívida pública e no corte de juros por parte dos bancos centrais. O mundo teve uma década de juros negativos, de dinheiro barato que inflou o preço dos ativos e sustentou “valuations” bilionários de empresas que nunca deram lucro em toda a sua história. Até quando? 

No Brasil, o cenário é ainda mais desolador. O aumento de gastos públicos para combater os impactos econômicos do coronavírus vai elevar a dívida interna e tornar o país mais arriscado para o investidor estrangeiro.

Com risco em alta e juros baixos, a tendência é que o capital estrangeiro busque por outras oportunidades com relações de risco-retorno mais racionais e, consequentemente, isso vai se traduzir na saída de dólares e perda do valor do real frente à moeda norte-americana, como já vem ocorrendo desde o início do ano. 

Por isso, o investidor que busca proteger seu patrimônio e encontrar racionalidade no meio do caos deve considerar a alocação de parte de seus recursos em uma carteira diversificada com ouro, bitcoin e outros ativos escassos.

Tanto o ativo digital quanto o ouro são “hard assets”, cujos valores derivam da escassez, ao contrário da inesgotável impressora monetária. Ray Dalio está certo: no longo prazo, “cash is trash”.

Thiago Cesar é cofundador e CEO da Transfero Swiss, empresa-mãe da Bit.One no Brasil. Desenvolveram a primeira stablecoin brasileira pareada ao real: BRZ Token. Com um mestrado na Universidade de Londres, Thiago produziu uma das primeiras teses acadêmicas sobre bitcoin, além de ser pesquisador do Instituto de Assuntos Econômicos (IEA) no campo das moedas digitais.

Cofundador e CEO da Transfero Swiss AG
É cofundador e CEO da Transfero Swiss, empresa-mãe da Bit.One no Brasil. Desenvolveram a primeira stablecoin brasileira pareada ao real: BRZ Token. Com um mestrado na Universidade de Londres, Thiago produziu uma das primeiras teses acadêmicas sobre bitcoin, além de ser pesquisador do Instituto de Assuntos Econômicos (IEA) no campo das moedas digitais.
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É cofundador e CEO da Transfero Swiss, empresa-mãe da Bit.One no Brasil. Desenvolveram a primeira stablecoin brasileira pareada ao real: BRZ Token. Com um mestrado na Universidade de Londres, Thiago produziu uma das primeiras teses acadêmicas sobre bitcoin, além de ser pesquisador do Instituto de Assuntos Econômicos (IEA) no campo das moedas digitais.
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