Tijolo puxa alta dos FIIs em 2025: Valorização ainda tem fôlego?

(Imagem: Getty/ Images Canva)

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Quem mantém posição em fundos imobiliários em 2025 tem bons motivos para comemorar: o IFIX, índice que reúne os principais FIIs da B3, acumula alta superior a 15% no ano, mostra levantamento da Quantum Finance.

Segundo o estudo, o avanço é impulsionado principalmente pelos fundos de tijolo, que sobem 15,45% desde janeiro e que estão superando, com folga, o desempenho dos fundos de papel (+11,82%).

De acordo com Leonardo Vieira, analista de FIIs da Eleven Financial, o resultado reflete, entre outras coisas, o movimento antecipado do mercado diante das perspectivas de corte nos juros.

“Nosso entendimento é que essa expectativa já está contratada. Em algum momento, as taxas futuras devem ceder, e o IFIX tende a andar ainda mais”, afirma.

Melhores setores

Dentro da categoria tijolo, o destaque fica com os fundos rurais, que acumulam 21,44% de rentabilidade em 2025, seguidos por shoppings (+17,19%) e logística (+16,52%).

Segundo Vieira, a forte recuperação dos FIIs do agro tem relação com o cenário adverso vivido pelo setor no ano passado e com a melhora projetada para os próximos períodos.

“Em 2024 houve diversos casos de recuperação judicial e inadimplência no agronegócio, o que pressionou os preços. Agora, com a evolução das condições e os fundos ainda muito descontados em relação ao valor patrimonial, o mercado começou a ajustar essas cotas para níveis mais justos”, comenta.

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No caso dos shopping centers, o analista ressalta que o bom desempenho está ligado à melhora operacional dos empreendimentos e à perspectiva positiva para o varejo.

“As receitas líquidas estão indo muito bem, superaram o período da pandemia e até o desempenho do ano passado. Muitos fundos têm vendido ativos, destravando ganhos de capital, e o cenário econômico mais favorável também ajuda o setor.”

Quanto ao segmento logístico, Vieira destaca que o desempenho tem sido impulsionado pela alta taxa de ocupação dos galpões junto à expansão do e-commerce.

“A vacância está nas mínimas históricas, em torno de 5% na média nacional. Com a demanda crescente, impulsionada por players como Mercado Livre, o setor tende a manter aluguéis em alta”, diz o analista.

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Correção à vista?

Já para Vinícius Araújo, responsável pelo relacionamento com investidores da TRX Investimentos, após as altas expressivas dos últimos meses, parte da indústria de FIIs pode passar por ajustes.

“O desempenho recente dos índices setoriais mostra que o investidor está antecipando um ciclo de retomada, mas é importante lembrar que esse movimento pode ser corrigido caso as expectativas de queda de juros se frustrem ou ocorram choques externos”, explica.

De acordo com ele, mudanças no ambiente regulatório ou aumento da vacância em determinados segmentos imobiliários também podem reduzir o rendimento dos fundos e desacelerar o avanço do IFIX. Nessa conjuntura, Araújo destaca que a diversificação continua sendo a estratégia mais eficaz.

“Para os FIIs, a diversificação entre crédito imobiliário e ativos de tijolo segue sendo a estratégia mais equilibrada para atravessar esse cenário, que ainda está desafiador”.