TikTok: Trump e Xi fazem progressos no acordo e planejam se reunir na Coreia do Sul

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (19) que ele e o presidente da China, Xi Jinping, fizeram progressos em um acordo sobre o TikTok. Além isso, o republicano falou que os dois vão se reunir pessoalmente em seis semanas na Coreia do Sul para discutir comércio, medicamentos ilícitos e a guerra da Rússia na Ucrânia.
Os dois lados parecem ter diminuído as tensões durante a primeira ligação em três meses entre os líderes das duas superpotências, mas não ficou imediatamente claro se a ligação resultou em um acordo firme sobre o destino do popular aplicativo de vídeos curtos.
Trump disse que os líderes concordaram em conversar à margem do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, que começa em 31 de outubro em Gyeongju, Coreia do Sul, e que ele visitaria a China no início do próximo ano. O presidente norte-americano também disse que Xi visitaria os EUA em uma data posterior. A Reuters informou anteriormente que os dois lados estavam planejando essa reunião.
“Fizemos progressos em muitas questões muito importantes, incluindo comércio, fentanil, a necessidade de encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a aprovação do acordo do TikTok“, escreveu Trump nas mídias sociais.
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“A ligação foi muito boa, voltaremos a nos falar por telefone, agradecemos a aprovação do TikTok e ambos esperamos nos encontrar na Apec!”, escreveu Trump.
Aprovação final de Pequim é maior obstáculo
A aprovação final de Pequim de um acordo alcançado pelos dois lados no início desta semana é um dos obstáculos que Trump precisava superar para manter o TikTok aberto. O Congresso ordenou que o aplicativo fosse fechado para os usuários dos EUA se seus ativos nos EUA não fossem vendidos pelo proprietário chinês ByteDance.
A declaração de Trump não detalhou qual foi esse progresso e a declaração da China não fez referência a nenhum acordo especificamente sobre o TikTok.
Trump havia sinalizado várias vezes nesta semana que um acordo poderia estar próximo.
“Sobre o TikTok, Xi Jinping disse que a posição da China é clara: o governo chinês respeita a vontade das empresas e dá as boas-vindas às empresas para que conduzam negociações comerciais com base nas regras de mercado para chegar a uma solução consistente com as leis e regulamentações chinesas, ao mesmo tempo em que equilibra os interesses”, de acordo com o resumo da reunião na agência chinesa Xinhua.
A ligação telefônica de Trump e Xi começou às 8h (horário de Washington), segundo uma autoridade norte-americana, e as primeiras declarações da China foram feitas apenas três horas depois.
“Pequim está apostando na ótica e no tempo, enquanto Washington está atrás de uma manchete sobre TikTok e espera, creio eu, obter mais vitórias mais tarde”, disse Craig Singleton, membro sênior da Fundação para a Defesa das Democracias, um think tank. “Acho que os chineses estão muito felizes com a dinâmica atual.”
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.
Questão TikTok envolve preocupação com segurança nacional
Trump se recusou a aplicar a lei do TikTok enquanto seu governo procura um novo proprietário, mas também porque ele teme que a proibição do aplicativo possa irritar a enorme base de usuários do TikTok e interromper as comunicações políticas.
“Gosto do TikTok; ele me ajudou a ser eleito”, disse Trump durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira. “O TikTok tem um valor tremendo. Os Estados Unidos têm esse valor em suas mãos porque somos nós que temos que aprová-lo.”
As principais questões sobre o acordo permanecem. Não está claro qual é a estrutura exata de propriedade da empresa, quanto controle a China manterá ou se o Congresso aprovará.
O acordo transferiria os ativos do TikTok nos EUA da ByteDance para proprietários norte-americanos, informou a Reuters. Fontes familiarizadas com o acordo disseram que o TikTok dos EUA ainda usaria o algoritmo da ByteDance.
Esse acordo preocupa os parlamentares, que temem que Pequim possa espionar os norte-americanos ou conduzir operações de influência por meio do aplicativo. A China disse que não há evidências de uma ameaça à segurança nacional representada pelo aplicativo.