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Todos querem a Fibria: ações ainda valem a pena?

13 mar 2018, 14:41 - atualizado em 13 mar 2018, 15:04
Ainda há mais para ser precificado pelo mercado nas ações, avalia o Credit Suisse

Os acionistas controladores da Fibria (FIBR3), Votorantim e BNDESPar, confirmaram nesta terça-feira (13) que receberam da CA Investment, subsidiária da europeia Paper Excellence e que pertence aos mesmos donos da Asia Pulp and Paper (APP), uma oferta de compra da participação na brasileira.

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Segundo o comunicado, a operação considera também a consequente necessidade de realização de oferta pública de aquisição da totalidade das ações em circulação da Fibria, mas que os termos e condições da referida manifestação de interesse permanecem confidenciais.

“Adicionalmente, Votorantim e BNDESPAR informam que as negociações com a Suzano Papel e Celulose (SUZB3) continuam em andamento. Reiteramos que, não obstante tais negociações, não há garantia de que qualquer negócio venha a se concretizar”, mostra a nota enviada à CVM.

Segundo o Valor, a oferta da Paper avalia a brasileira em R$ 40 bilhões (US$ 11,4 bi), acima do valor de mercado atual sem considerar dívida. O risco antitruste seria assumido por ela já que pagaria multa de R$ 7 por ação, ou quase R$ 4 bilhões, caso a transação não se concretize. Já a Suzano propõe um valor de US$ 12 bi.

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Quer pagar quanto?

Os analistas do Credit Suisse Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha, avaliam que uma fusão com a Suzano geraria aproximadamente R$ 12 bilhões em sinergias em um cenário-base. Já em um cálculo mais otimista, este montante pularia para R$ 13 bilhões. Em um pessimista, cairia a R$ 11 bilhões. A diferença leva em conta projeções distintas para o preço da celulose.

O banco lembra ainda que o mercado ainda pode não ter precificado totalmente essa expectativa nas ações, ou de uma eventual revisão para cima das ofertas. Isso porque os investidores já elevaram o valor de mercado das duas (Fibria + Suzano) em R$ 10,9 bilhões desde a metade de fevereiro. Considerando o início dos rumores, em 1º de dezembro do ano passado, este valor sobe a R$ 15 bilhões.

Segundo as regras societárias da Fibria, qualquer acionista que adquirir mais de 25% da companhia ou mais precisa realizar uma oferta para todos os demais acionistas a um prêmio de 50% do preço mais alto da ação da empresa nos últimos doze meses a contar a partir a realização da oferta. Já que o papel é negociado no nível mais alto histórico, de R$ 69,55, o prêmio resultaria em R$ 14 bilhões, e poderia subir ainda mais a depender do movimento do mercado até o anúncio oficial. Hoje os ativos operam em leve baixa, perto de R$ 69.

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O Credit Suisse estima que, no cenário mais otimista, ainda há um potencial de 17% para as ações, enquanto que no base é de 11% e no pessimista 6%. O preço-alvo para as ações da Suzano foi elevado para R$ 22 (de R$ 20) e para a Fibria a R$ 60 (de R$ 50). A recomendação é neutra para ambas.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
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