Toque de dividendos: BofA adiciona elétrica ‘rendeira’ para carteira Brasil; veja o portfólio

O Bank of America continua otimista com o Brasil, mantendo uma exposição comprada no país.
Para os analistas, a queda dos juros, que poderá ocorrer ainda em 2025 — o banco projeta os primeiros cortes da Selic em dezembro —, será um “belo” gatilho para os mercados e, especialmente, para a bolsa.
Ainda segundo os analistas, o país apresenta valuation atrativo e perspectivas de crescimento de lucros em 2026. O banco manteve a exposição ao Brasil como o maior peso de sua carteira na América Latina.
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Neste momento, o BofA está focado em empresas que se beneficiam de juros mais baixos, com risco limitado de lucro e crescimento de qualidade.
Para 2026, prevê Selic a 11,25% (enquanto o mercado precifica acima de 12%).
Troca
Para sua carteira Brasil, que possui 17 ativos, o BofA retirou a Gerdau (GGBR4) e incluiu a Copel (CPLE6). De acordo com o banco, o objetivo é aumentar a exposição ao mercado doméstico.
Além disso, a Copel apresenta “crescimento impulsionado por corte de custos e bom pagamento de dividendos“.
Na última sexta-feira, a elétrica do Paraná aprovou uma nova política de dividendos, com regras mais claras e previsíveis para a remuneração dos acionistas.
A principal novidade é o compromisso de distribuir ao menos 75% do lucro líquido anual, com pagamentos em pelo menos duas parcelas por ano.
Analistas saudaram a iniciativa e veem a ação como capaz de destravar R$ 5,2 bilhões em dividendos.
Outros gatilhos incluem:
- Preços de geração de longo prazo acima do previsto para energia não contratada
- Venda de ativos não estratégicos em condições favoráveis
- Economias de custo maiores que o esperado
Apesar disso, o BofA aponta dois riscos para o papel:
- Preços de geração de longo prazo abaixo do esperado para energia não contratada
- Retornos fracos em novos projetos Greenfield (a serem construídos do zero) ou em aquisições.
Veja o portfólio:
Empresa | Setor | P/L 2025 | P/L 2026 | Peso (%) |
---|---|---|---|---|
Petrobras PN | Energia | 4,1 | 5,2 | 8,5% |
Itaú Unibanco | Financeiro | 8,2 | 7,7 | 6,0% |
BTG Pactual | Financeiro | 9,8 | 8,6 | 3,5% |
B3 | Financeiro | 15,0 | 14,0 | 3,5% |
Bradesco | Financeiro | 6,3 | 5,4 | 2,5% |
Hapvida | Saúde | 11,9 | 9,5 | 2,5% |
Localiza | Industriais | 14,7 | 9,7 | 3,0% |
Embraer | Industriais | 26,5 | 18,6 | 3,0% |
Vale | Materiais | 6,8 | 6,5 | 4,0% |
Lojas Renner | Consumo discricionário | 11,6 | 10,1 | 3,0% |
Assaí | Consumo básico | 16,7 | 9,4 | 3,0% |
Vivo | Comunicações | 15,6 | 12,9 | 3,0% |
Multiplan | Imobiliário | 11,3 | 10,2 | 2,5% |
Copel | Utilidades | 16,1 | 12,9 | 3,0% |
Sabesp | Utilidades | 14,9 | 10,2 | 3,0% |
Equatorial | Utilidades | 13,7 | 11,4 | 3,0% |
Mercado Livre* | Consumo discricionário | 49,2 | 33,5 | 3,0% |
*Mercado Livre é listado como brasileiro, mas opera de forma pan-latino-americana (inclusive na Argentina).