Money Times Entrevista

Toyota: ‘Carros híbridos são os mais adequados para o Brasil’; novo presidente fala sobre planos no país

11 abr 2024, 19:32 - atualizado em 15 abr 2024, 14:59
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Evandro Maggio, novo presidente da Toyota no Brasil, comenta que a montadora vê a tecnologia híbrida como a mais adequada para o país (Foto: Divulgação)

Em fevereiro, a Toyota anunciou pela primeira vez em sua história no Brasil, a escolha de um brasileiro para comandar a empresa no país.

Evandro Maggio, que está desde 2005 na companhia, assumiu como novo presidente da montadora no Brasil, após Rafael Chang deixar o cargo e assumir a operação da América Latina e Caribe.

No começo de março, a Toyota anunciou investimentos de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030, na esteira de uma série de anúncios de aportes por montadores no país. Com isso, o Money Times ouviu Maggio sobre os rumos da companhia.

CEO da Toyota no Brasil comenta planos da montadora

Money Times: O que a empresa espera da sua nomeação, o primeiro brasileiro no comando da Toyota aqui no Brasil?

Evandro Maggio: O Brasil sempre foi um mercado muito importante para nós e foi por isso que decidimos construir aqui há 66 anos a primeira fábrica da Toyota fora do Japão. Ser o primeiro presidente brasileiro da Toyota do Brasil é uma grande honra e uma responsabilidade enorme.

Confio plenamente no potencial da nossa equipe e acredito que juntos continuaremos trabalhando pelo desenvolvimento do mercado automotivo brasileiro, buscando inovação em tecnologia e mobilidade, excelência operacional e, sempre, a satisfação de nossos clientes.

E, sendo mais objetivo, a companhia espera que eu dê continuidade ao nosso legado e à nossa missão de produzir felicidade para todas as pessoas (“Happiness for All”) sempre com o comprometimento de desenvolver carros cada vez melhores e mais seguros, e avançar nas soluções de mobilidade.

Money Times: Por que isso aconteceu apenas agora?

Evandro Maggio: A nova estrutura faz parte da estratégia regional da companhia para lidar com o momento atual de transformação acelerada da indústria.

Temos planos ambiciosos para ampliar ainda mais nossas operações no país. Nesse momento nosso foco principal é impulsionar a descarbonização por meio de novas tecnologias de eletrificação adaptadas ao contexto local e às necessidades dos clientes.

Além disso, buscamos conquistar novos mercados, indo além dos 22 países para os quais já exportamos, posição essa que nos consolida como a maior empresa exportadora de automóveis do Brasil.

Money Times: Vocês comunicaram em março, o investimento de R$11 bilhões para o Brasil até 2030, assim como a mudança da fábrica de Indaiatuba para Sorocaba. Ao que se deve essa mudança e como esses recursos serão direcionados no país?

Evandro Maggio Conforme anunciado, o plano de investimentos no Brasil contempla R$11 bilhões até 2030. Este investimento será destinado à expansão da capacidade de produção de veículos e motores, incluindo a introdução de novos modelos com tecnologia híbrida flex.O objetivo é consolidar nossa operação industrial e manter nossa posição de destaque no país em eletrificação e exportações.

Dos R$11 bilhões anunciados, R$ 5 bilhões já estão confirmados até 2026, e incluem a introdução do novo veículo compacto híbrido flex, que terá sua produção iniciada no início de 2025, e de outro modelo híbrido flex desenvolvido especialmente para o Brasil, a serem revelados oportunamente.

O investimento chega em um momento propício, considerando o aumento significativo da demanda pelos produtos da Toyota, no Brasil e no exterior.

Money Times: Esse veículo compacto híbrido flex que vocês planejam lançar, já é um veículo produzido pela empresa ou ele fará sua estreia no Brasil?

Evandro Maggio: A Toyota acredita que há mais de um caminho para a eletrificação, por isso a empresa busca oferecer soluções amplas e diversificadas, considerando a realidade econômica, social e de infraestrutura das regiões em que atua, oferecendo assim a tecnologia que melhor se adequa às necessidades de cada mercado.

No nosso entendimento, a tecnologia híbrida é a que mais se adequa ao Brasil e aos países da América Latina considerando o contexto da região, e por ser muito prática, acessível e sustentável.

Money Times: Entre os carros 0km mais baratos do país, a Toyota não conta com nenhum veículo. Vocês projetam lançar produtos com um melhor custo-benefício?

Evandro Maggio: Nos últimos anos, os veículos foram incorporando novos equipamentos para atender requisitos de segurança e de emissões, como também para atender às necessidades de conectividade. Esses equipamentos aumentaram o custo e consequentemente o preço dos veículos, isso sem contar a inflação que impacta todos os insumos e mão de obra na produção.

Vimos recentemente um estudo mostrando que o preço do fusca atualizado pela inflação seria de aproximadamente R$80 mil, e sem contar com os referidos equipamentos. Dar acessibilidade é importante, mas não podemos eliminar as conquistas do consumidor e da sociedade ao longo dos anos.

Além disso, o mercado indica que o consumidor brasileiro e dos mercados de países vizinhos não deseja um carro pelado, que não se conecta com o celular.

Neste sentido, nosso objetivo é continuar oferecendo produtos com a destacada qualidade, confiabilidade e durabilidade Toyota, para atender as diferentes necessidades de nossos clientes, com quem temos um compromisso profundo e de longo prazo.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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