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Transmissão Paulista confina equipes em SP para garantir fornecimento de energia em meio a pandemia

08 maio 2020, 19:43 - atualizado em 08 maio 2020, 19:43
Cteep ISA
O Estado de São Paulo, onde está a maior parte das linhas de transmissão e subestações da Transmissão Paulista, é o epicentro de contaminação no Brasil (Imagem: REUTERS/Luis Jaime Acosta)

A transmissora de energia Transmissão Paulista (TRPL4) começou a manter técnicos em confinamento em centros de operação da rede e em subestações em São Paulo para reduzir riscos de contaminação dos funcionários por coronavírus e garantir a continuidade dos serviços de eletricidade em meio ao agravamento da pandemia.

A medida da companhia, maior agente privado do setor de transmissão do Brasil, atrás apenas de empresas da estatal Eletrobras (ELET3;ELET6), vem em momento em que o país vê um rápido crescimento nos números de mortos pela doença, que já ultrapassavam 9,1 mil até a quinta-feira.

O Estado de São Paulo, onde está a maior parte das linhas de transmissão e subestações da Transmissão Paulista, é o epicentro de contaminação no Brasil até o momento, com o governo paulista projetando que as mortes em seu território podem chegar a até 11 mil ainda neste mês.

Em meio a esse cenário, a Transmissão Paulista, controlada pelo grupo colombiano ISA, passou a adotar nesta semana um regime de confinamento para profissionais de seus centros de operação da rede de transmissão elétrica, enquanto oito subestações entram nesse modelo de trabalho a partir do sábado.

“As equipes irão atuar em acampamentos estruturados em suas unidades. Todos os profissionais destacados para esta atuação passarão por avaliação médica e testagem antes de iniciar o turno”, disse a empresa em nota, após questionamentos da Reuters.

A medida vem após a Transmissão Paulista ter assinado um termo aditivo emergencial ao acordo coletivo de trabalho com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo no mês passado, segundo o qual turnos de confinamento como esses poderão ser adotados por períodos de até 14 dias, de acordo com documento visto pela Reuters.

O acordo estabelece que a empresa deverá providenciar aos funcionários infraestrutura incluindo “alojamento, refeições, entretenimento e acompanhamento psicosocial”.

A Transmissão Paulista disse que os funcionários em oito subestações no Estado de São Paulo vão se revezar em turnos de 9 dias, com 12 horas de trabalho e 12 horas de “folga” nos acampamentos montados para as equipes. Nos centros de operação, haverá três escalas de oito horas, com 15 dias de confinamento no trabalho e 15 de descanso.

Os técnicos ainda serão testados para coronavírus após sete dias da entrada nos acampamentos, acrescentou a Cteep.

“A empresa reitera que está tomando todas as medidas para cuidar da saúde de suas equipes, as quais têm se dedicado para que a população continue a ter acesso à energia com qualidade e segurança, especialmente neste momento desafiador que vivemos”, afirmou a companhia.

A Transmissão Paulista opera 18,6 mil quilômetros em linhas de transmissão e mais de 100 subestações, sendo responsável por estruturas que carregam cerca de 60% da energia consumida na região Sudeste e 94% da energia transmitida para São Paulo, segundo informações do site da companhia.

Medidas como as adotadas pela Transmissão Paulista também estão no radar do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que tem um plano de contingência que prevê confinar profissionais responsável por salas de controle da rede em caso de agravamento da pandemia no Brasil, conforme publicado pela Reuters em meados de abril.

Outros países atingidos gravemente pelo vírus já viram empresas de energia adotarem regimes de trabalho que envolvem confinamento para garantir o suprimento– é o caso da Itália e de Nova York, epicentro da epidemia nos Estados Unidos.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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