Internacional

Trump cancela reunião com democratas e aumenta risco de paralisação do governo

24 set 2025, 4:43 - atualizado em 24 set 2025, 4:57
Donald Trump em Raleigh, na Carolina do Norte 04/11/2024 REUTERS/Brian Snyder
Trump joga duro com democratas e seu governo e serviços podem parar em outubro (Reuters/Brian Snyder)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta terça-feira (23) uma reunião com os principais líderes democratas do Congresso para discutir o financiamento do governo, aumentando o risco de uma paralisação parcial a partir da próxima semana.

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Democratas e o presidente republicano adotaram posturas opostas, tentando atribuir um ao outro a culpa por uma possível paralisação, que interferiria em diversos serviços federais e provavelmente colocaria centenas de milhares de funcionários públicos em licença temporária (furlough).

“Decidi que nenhuma reunião com os líderes democratas do Congresso poderia ser produtiva”, escreveu Trump em uma postagem na sua rede social.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e o líder democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, disseram mais cedo que Trump havia concordado em se reunir nesta semana na Casa Branca, antes do vencimento do prazo para o financiamento do governo, em 30 de setembro.

Os parlamentares estão em desacordo sobre o chamado financiamento discricionário, que representa cerca de um quarto dos aproximadamente US$ 7 trilhões do orçamento federal.

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“Os democratas estão prontos para trabalhar e evitar uma paralisação”, disse Schumer em comunicado, respondendo à mensagem de Trump. “Trump e os republicanos estão mantendo a América como refém”.

A questão central é como conseguir votos suficientes no Congresso, profundamente dividido, para aprovar um projeto de lei temporário (stopgap) que mantenha o governo funcionando no novo ano fiscal, que começa em 1º de outubro.

Schumer também afirmou ser urgente que o Congresso prorrogue um crédito fiscal ampliado para prêmios de seguros de saúde subsidiados pelo governo federal, que expira em 31 de dezembro. A organização sem fins lucrativos de política de saúde KFF estima que os pagamentos dos prêmios, feitos do próprio bolso, subirão mais de 75% no plano do Obamacare que começa em 1º de outubro.

“É a diferença entre uma família conseguir pagar a hipoteca e ter acesso à saúde”, disse Schumer.

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Líderes republicanos dizem que não descartam a prorrogação do crédito fiscal, mas argumentam que um projeto de financiamento temporário não seria o meio apropriado para isso.

A Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovou na semana passada um projeto para estender o financiamento do governo até 21 de novembro, mas a proposta fracassou no Senado, onde os republicanos ocupam 53 das 100 cadeiras.

Posição incomum para os democratas

Em uma longa postagem em rede social, Trump atacou os democratas, mas disse que se reuniria com os líderes dos partidos “se eles se tornarem sérios quanto ao futuro de nossa nação”.

Sem estabelecer claramente suas condições, Trump afirmou: “Tudo o que os democratas do Congresso querem fazer é aprovar políticas radicais da esquerda que ninguém votou, altos impostos, fronteiras abertas, nenhuma consequência para criminosos violentos, homens nos esportes femininos, cirurgia ‘TRANS’ financiada pelos contribuintes, e muito mais”.

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Os democratas têm, em geral, apoiado medidas para garantir a segurança da fronteira dos EUA com o México, mas criticam as táticas unilaterais de Trump, como deportações sem o devido processo legal. Também condenaram o uso da Guarda Nacional de alguns estados em cidades controladas por democratas, supostamente para reduzir os índices de criminalidade.

Votar contra projetos que mantêm o governo funcionando coloca os democratas em uma posição incomum, já que Schumer criticou repetidamente os republicanos ao longo dos anos por votarem contra as chamadas resoluções contínuas, como a que a Câmara aprovou na semana passada.

O governo federal foi parcialmente paralisado 14 vezes desde 1981, mas ainda não está claro quais operações continuarão e quais serão interrompidas em 1º de outubro, caso o financiamento se esgote, uma vez que o Escritório de Administração e Orçamento (OMB) ainda não divulgou os planos de contingência das agências.

Os gastos obrigatórios, como os benefícios da Previdência Social e do Medicare, continuariam, assim como os pagamentos de juros sobre a dívida pública dos EUA, que atualmente soma US$ 37,5 trilhões.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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