Trump estuda demissão do presidente do Federal Reserve, diz assessor

Em meio às críticas públicas à condução da política monetária dos Estados Unidos, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, sinalizou que a demissão de Jerome Powell do comando do Federal Reserve está sendo considerada pelo governo Trump.
Questionado por repórteres se a remoção do chair do Fed era uma opção real, Hassett respondeu que
“o presidente e sua equipe continuarão a estudar o assunto.”
A declaração reforça as especulações de que Trump avalia medidas mais drásticas contra o chefe do banco central, com quem mantém divergências sobre os rumos da taxa de juros.
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Na última quinta-feira (17), Trump voltou a criticar o chair do Federal Reserve cobrando cortes nos juros do país. “O ‘atrasado’ Jerome Powell, do Fed, sempre chega ‘TARDE DEMAIS E ERRADO’”, disse na rede social, Truth.
O republicano acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) já deveria ter reduzido as taxas de juros “há muito tempo”. O Fomc está em compasso de espera há duas reuniões, mantendo os juros no patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.
Contrariando Trump, Powell afirmou, na quarta-feira (16), no Clube Econômico de Chicago, que as “mudanças políticas significativas” do novo governo devem afastar o banco central dos EUA de suas metas.
Trump pode demitir o chair do Federal Reserve?
Assim como no Brasil, o banco central norte-americano é independente. Ou seja, toma decisões que considera corretas para a condução da política monetária e manutenção do bem-estar econômico por meio de análises do andamento da economia, independentemente do posicionamento do governo.
Mesmo que o presidente dos Estados Unidos tenha o poder de indicar o chair do Federal Reserve, a legislação não prevê uma forma clara de demitir o ocupante do cargo antes do fim do mandato, que é de quatro anos. Powell está em seu segundo mandato como chair, com vigência até maio de 2026.
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A remoção só poderia ocorrer em caso de “causa justificada”, como má conduta ou incapacidade, o que precisa ser devidamente comprovado pela Suprema Corte americana. Divergências sobre política monetária, como o ritmo de cortes de juros, não se enquadram nesse critério.
Apesar do apelo constante de Trump, principalmente em suas redes sociais, Powell já garantiu que não renunciaria caso o atual presidente pedisse seu cargo, mas isso ameniza o início de mais uma “crise de confiança” que pode ser gerada nos mercados.
*Com informações da Reuters e Giovana Leal