Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos de cobre e lança ofensiva para revitalizar indústria nos EUA

O presidente norte-americano Donald Trump anunciou, nesta terça-feira (30), uma nova rodada de tarifas comerciais com foco na indústria de cobre dos Estados Unidos. Em uma publicação oficial no site da Casa Branca, o governo americano determinou a aplicação de uma tarifa universal de 50% sobre a importação de produtos semiacabados e derivados com alto teor de cobre. As medidas entram em vigor já a partir de 1º de agosto.
A decisão vem após uma investigação da Seção 232, conduzida pelo Departamento de Comércio, que concluiu que as importações de cobre representam uma ameaça à segurança nacional dos EUA. O estudo apontou a importância estratégica do insumo para a base industrial do país, especialmente no setor de defesa, onde é o segundo material mais utilizado, atrás apenas do aço.
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“O cobre é essencial para a base industrial da qual depende a segurança nacional e econômica dos EUA. É um insumo necessário em diversos sistemas de defesa, incluindo aeronaves, veículos terrestres, navios, submarinos, mísseis e munições”, diz a nota da Casa Branca.
Além das tarifas, Trump anunciou uma série de medidas para fortalecer a cadeia produtiva doméstica de cobre, incluindo:
- Obrigatoriedade de que 25% da sucata de cobre de alta qualidade produzida nos EUA seja comercializada no mercado interno, com a possibilidade de exigência de licenciamento de exportação;
- Exigência de que parte dos materiais de entrada (como cátodos, ânodos e concentrados) também seja destinada ao abastecimento doméstico, começando em 25% em 2027 e subindo gradualmente para 40% em 2029;
- Criação de um processo para inclusão de novos produtos nas tarifas já estabelecidas.
Segundo Trump, a ofensiva tem como objetivo “nivelar o campo de jogo” para a indústria norte-americana frente às práticas predatórias de concorrentes estrangeiros, além de reduzir a dependência dos EUA por cobre importado, considerada “insustentável” pela Casa Branca.
A medida faz parte de uma estratégia mais ampla do governo republicano, que tem como pilar a chamada Política Comercial América Primeiro (do inglês, America First). Trump tem redobrado o tom protecionista, reativando medidas anteriores como as tarifas de 50% sobre aço e alumínio e elevando barreiras comerciais à China, incluindo uma tarifa de 10% sobre produtos chineses em resposta à crise migratória.
Nos mercados, a medida pode influenciar os preços globais do metal, além de trazer impactos significativos sobre empresas norte-americanas que dependem da matéria-prima importada. Investidores devem monitorar de perto os desdobramentos, especialmente no que diz respeito ao fornecimento e custos operacionais para fabricantes de bens de capital, infraestrutura e eletrônicos.