Trump propõe corte de US$ 163 bilhões em gastos federais
O governo de Donald Trump propôs um corte de US$ 163 bilhões nos gastos federais dos Estados Unidos no próximo ano fiscal, informou a Casa Branca em comunicado. Os cortes eliminariam mais de 20% dos gastos não militares, desconsiderando os programas obrigatórios.
A proposta orçamentária busca cumprir as promessas de campanha de Trump de aumentar os gastos com as Forças Armadas e a segurança das fronteiras e, ao mesmo tempo, reduzir a burocracia federal.
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De acordo com o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca (OMB, na sigla em inglês), os gastos com defesa e segurança interna aumentarão em 13% e 65%, respectivamente, em comparação com 2025. Em contrapartida, os gastos discricionários não relacionados à defesa seriam cortados em 23%, atingindo o menor nível desde 2017.
Russ Vought, diretor do OMB, declarou que “neste momento crítico, precisamos de um orçamento histórico — que acabe com o financiamento de nosso declínio, coloque os americanos em primeiro lugar e ofereça apoio sem precedentes às nossas forças armadas e à segurança interna”.
Dívida federal e preocupação de especialistas
Esta proposta surge em um contexto de dívida federal crescente, atualmente em US$ 36 trilhões. Segundo a Reuters, alguns conservadores fiscais e especialistas em orçamento temem que o projeto de lei de corte de impostos de Trump aumente essa dívida sem prever cortes suficientes nos gastos.
Trump está pressionando o Congresso a estender os cortes de impostos de 2017, sua principal conquista legislativa no primeiro mandato, o que, segundo previsões não partidárias, poderia acrescentar US$ 5 trilhões à dívida do país.
O Senador Chuck Schumer, principal liderança democrata do Senado americano, criticou a proposta de Trump. De acordo com ele, “os dias em que Donald Trump fingia ser um populista acabaram”.
Schumer descreveu as políticas como um “ataque total aos americanos que trabalham duro”. Além disso, o senador alegou que Trump corta o sistema de saúde, a educação e programas essenciais, enquanto financia incentivos fiscais para “bilionários e grandes corporações”.
Quais serão os cortes de Trump?
Entre os cortes propostos, a Casa Branca promove a promessa de Trump de fechar ou diminuir consideravelmente o Departamento de Educação dos EUA. Apesar disso, o financiamento para crianças de família de baixa renda permanecerá preservado.
Para a segurança nas fronteiras, o orçamento solicita um adicional de US$ 500 milhões em gastos discricionários para reforçar a segurança e ajudar na promoção de deportações em massa. Além disso, há um adicional de US$ 766 milhões para tecnologia de segurança nas fronteiras e financiamento para manter 22 mil agentes da patrulha e contratar mais oficiais.
A Casa Branca também anunciou cortes de bilhões de dólares para os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O orçamento proposto solicita US$ 93,8 bilhões para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, o que equivale a um corte de 26,2% em relação ao orçamento deste ano, de US$127 bilhões.
Isso inclui uma redução de 40% no dinheiro alocado para o NIH, deixando-o com um orçamento de US$27 bilhões. Além disso, a Casa Branca quer cortar totalmente o financiamento de quatro dos 27 institutos e centros da agência e consolidar os restantes em cinco novos institutos.
A proposta reduz quase pela metade o orçamento do CDC, para US$4 bilhões. A Casa Branca não propôs diminuições na Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA).
*Com Reuters
