Trump volta a criticar Powell: ‘É um tolo, que não tem a mínima noção’

Mais uma vez, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, criticou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Agora, chamando o chefe do banco central de “tolo” e apontando que o mesmo “não tem a mínima noção”.
O comentário foi publicado na plataforma de mídia social Truth Social, nesta quinta-feira (8), um dia após o Fed manter suas taxas de juros inalteradas.
Powell reiterou durante a coletiva de ontem (7), que ainda esperaria por mais clareza sobre como as tarifas impostas pelo presidente afetariam a economia, antes de decidir sobre o rumo da política monetária daqui para frente. Mas, para Trump, a vontade é de que o Fed reduza os juros o mais rápido possível.
Ele não repetiu essa exigência na publicação de hoje, mas reafirmou que Powell tem um histórico de agir tarde demais em relação à política monetária.
“‘Tarde Demais’, Jerome Powell é um TOLO, que não tem a mínima noção. Tirando isso, gosto muito dele!”, publicou.
Ainda na postagem, o presidente também argumentou que “praticamente não há inflação”, visto que, além do petróleo e energia, “quase todos os custos” estão baixos, enquanto o dinheiro das tarifas está “entrando” nos EUA.
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Para Powell ainda “é muito cedo” para medir os impactos das tarifas de Trump
O plano tarifário de Trump, elevou as incertezas sobre o desempenho da maior economia do mundo, mas os efeitos ainda não foram sentidos, de acordo com Powell.
“A incerteza sobre a trajetória da economia é extremamente elevada. […] Os riscos de maior desemprego e maior inflação parecem ter aumentado [após o anúncio das tarifas], mas ainda não se materializou nos dados”, disse Powell durante a coletiva de imprensa. Na quarta-feira (7), o Banco Central dos EUA manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
O chefe do BC norte-americano, porém, disse que ainda é “muito cedo” para movimentações na política monetária. “As pessoas estão preocupadas com a inflação em um eventual choque das tarifas, mas o choque ainda não chegou. Nossa política [monetária] está em um bom lugar, então achamos que podemos esperar e agir quando estiver claro qual é a coisa certa a fazer”, afirmou.
Por outro lado, Powell avaliou que as tarifas de Trump podem “atrasar” o cumprimento das metas estabelecidas pelo Fed, caso permanecerem nos níveis atuais.
“O que parece provável — dado o escopo e a escala das tarifas — é que certamente veremos os riscos de uma inflação mais alta e de um desemprego mais elevado aumentarem. E, se isso de confirmar — as tarifas forem finalmente aplicadas nos níveis atuais, o que não sabemos —, não veremos mais progresso em direção às nossas metas”, disse ele. “Podemos ver um atraso nisso.”
“Há muita incerteza quanto à escala, ao escopo, ao cronograma e à persistência das tarifas”, acrescentou.
Ainda durante a coletiva de imprensa, Jerome Powell, descartou a possibilidade de o Fed cortar as taxas “de forma preventiva”, considerando que a inflação norte-americana ainda está acima da meta de 2%.
“Não é uma situação em que podemos ser preventivos, porque, na verdade, não sabemos quais serão as respostas corretas aos dados até vermos mais dados”, disse Powell.