Tupy (TUPY3) convoca debenturistas para votar novo limite da dívida; ações caem 2%
A Tupy (TUPY3) convocou uma assembleia de debenturistas para o dia 15 de dezembro para votar um pedido de waiver, isto é, uma autorização para descumprir temporariamente um covenant — a regra que limita a alavancagem da empresa. Na prática, o waiver evita que um eventual estouro desse limite seja tratado como inadimplência contratual, mesmo com os pagamentos em dia.
Hoje, a Tupy precisa manter a alavancagem abaixo de 3,5 vezes, mas a companhia quer elevar esse teto para 5,5 vezes entre dezembro de 2025 e dezembro de 2026, reduzindo gradualmente esse patamar ao longo de 2027, até voltar ao nível atual no fim daquele ano. O pedido exige aprovação de dois terços dos portadores das debêntures em circulação, parte de uma emissão de R$ 1,5 bilhão feita em julho de 2024.
Se o waiver for aprovado, a Tupy pagará um prêmio equivalente a 0,30% ao ano, calculado sobre a duration de cada série e pago em parcela única até cinco dias úteis após a assembleia. A empresa também oferece contrapartidas como garantias reais em imóveis, limite de investimentos de R$ 600 milhões por ano e restrições a dividendos, recompra de ações e novas garantias até setembro de 2027.
O Bradesco BBI considerou o movimento negativo, destacando que o quarto e o primeiro trimestre costumam registrar Ebitda menor, o que pode levar a empresa a ultrapassar o covenant logo no início de 2026. Mesmo assim, o banco avalia que a probabilidade de aprovação é alta, embora o processo possa elevar o custo de crédito da companhia no futuro.
As ações da Tupy caíam 2,20%, a R$ 11,54, por volta das 12h50 desta terça-feira (25). Em um ano, a baixa do papel ultrapassa 40%.