Tupy (TUPY3) leva à AGE regras de elegibilidade em meio a críticas à indicação de conselheiro
A Tupy (TUPY3) aprovou nesta segunda-feira (29) a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para discutir mudanças no Estatuto Social e a eleição de membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, em um contexto de tensão entre acionistas e questionamentos sobre governança.
A AGE vai analisar a proposta do Charles River Fundo de Investimento Financeiro de Ações (Charles River FIA) para incluir, no estatuto, critérios formais de elegibilidade para conselheiros e diretores. A assembleia também tratará da eleição de conselheiros, conforme pedido da BNDES Participações (BNDESPar), acionista com cerca de 30% do capital da Tupy.
No anexo ao fato relevante, o Charles River FIA afirma que a proposta busca reforçar a governança e reduzir riscos de influência político-partidária na administração. O texto prevê exigências de qualificação e experiência compatíveis com os cargos e veda a indicação de candidatos que tenham exercido cargos políticos ou atuado em campanhas eleitorais nos últimos cinco anos, com exceção de servidores públicos concursados. Para a Diretoria, há critérios adicionais, especialmente para o diretor-presidente.
O fundo relaciona a iniciativa a recentes indicações feitas pela BNDESPar, que, segundo o acionista, provocaram instabilidade na administração.
Em ata divulgada no dia 22, o presidente do conselho, Jaime Luiz Kalsing, lamentou a saída de Marcio Bernardo Spata do conselho de administrou e criticou a forma como a substituição foi conduzida. Para a vaga, a BNDESPar indicou José Múcio Monteiro Filho, atual ministro da Defesa do governo Lula.
Segundo Kalsing, o momento da Tupy exige “esforço de todos para a execução dos projetos em andamento”, e a troca de conselheiros no curso dos mandatos foi considerada inadequada pelo presidente do colegiado.
No fato relevante mais recente, a Tupy informou que a candidatura de José Múcio Monteiro Filho foi encaminhada ao Comitê de Pessoas, Cultura e Governança para avaliação de aderência à política de indicação e aos critérios de independência do Novo Mercado.
O Conselho também propôs à AGE a manutenção dos atuais conselheiros, eleitos para o biênio 2025–2027.