Tupy (TUPY3) leva contrato nos EUA com receitas estimadas em R$ 200 mi

A Tupy (TUPY3) foi escolhida para fornecer bloco de motores para caminhões pesados de um dos principais fabricantes de veículos comerciais do mundo, segundo comunicado ao mercado divulgado nesta quarta-feira (4).
Os novos motores fazem parte de uma nova geração que será lançada a partir de 2027. Os blocos serão produzidos em CGI (Compacted Graphite Iron) na unidade de Ramos Arizpe, no México, substituindo produtos atualmente importados da Europa.
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“Uma vez atingido todo o potencial contratado, o negócio deverá gerar uma receita anual estimada em aproximadamente R$ 200 milhões”, informou a companhia.
A Tupy também destacou que esse tipo de aplicação — em que fornece blocos e cabeçotes — tem ciclos de vida superiores a 10 anos.
“O projeto contribui para o aumento do conteúdo local na América do Norte e reforça o compromisso da companhia em oferecer produtos e serviços de maior valor agregado, a partir de plantas com localização estratégica”, diz o comunicado.
Desempenho fraco na bolsa: tarifas e sucessão pressionam TUPY3
Apesar da boa notícia, a Tupy vive um ano difícil na bolsa: os papéis acumulam queda de 12% em 2024 e recuam cerca de 20% desde as máximas registradas em abril.
Segundo analistas, parte do movimento negativo está relacionado ao risco de novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump. De acordo com o Bradesco BBI, a Tupy é uma das empresas mais expostas às medidas — que por ora estão suspensas.
A companhia exporta blocos de motor produzidos no México principalmente para os Estados Unidos, enquanto componentes de motor e trem de força representam cerca de 66% das receitas da Kuo Refacciones, subsidiária com forte atuação no mercado de reposição mexicano.
Mesmo assim, o BBI alerta que tarifas adicionais poderiam incentivar a oferta doméstica no México, pressionando preços e margens da empresa.
Saída do CEO também pesa no mercado
Outro fator que contribui para a pressão sobre as ações foi a saída de Fernando Rizzo da presidência da companhia — movimento que causou apreensão no mercado.
Rizzo, que liderou uma importante transformação na Tupy, emocionou-se em sua despedida e afirmou não esperar “cavalo de pau” na gestão. Ainda assim, a troca foi mal recebida por parte dos acionistas minoritários.
A substituição foi vista como uma interferência do BNDES, acionista relevante da empresa. O novo CEO, Rafael Lucchesi, não fazia parte do quadro da Tupy e tem vínculos com a estatal, o que levantou dúvidas sobre a natureza técnica da nomeação.