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Turbulência nos mercados levanta questões sobre estratégias de liquidez de BCs

14 set 2020, 10:28 - atualizado em 14 set 2020, 10:28
Wall Street Mercados EUA
A turbulência do mercado desencadeada pelo choque da Covid-19 trouxe à tona as vulnerabilidades associadas a esses vínculos (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

A turbulência nos mercados devido aos bloqueios do coronavírus em março levantam questões sobre se os bancos centrais deveriam oferecer acesso a liquidez de forma mais ampla diante de choques futuros, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.

O BIS, um fórum dos bancos centrais do mundo, disse em um artigo de revisão trimestral que os créditos internacionais dos bancos sobre instituições não bancárias — como seguradoras, câmaras de compensação, fundos do mercado monetário e fundos de hedge — dispararam 63% a 7,5 trilhões de dólares entre o primeiro trimestre de 2015 e o final de março deste ano.

O aumento dos vínculos com instituições não bancárias concentrou-se em credores nos Estados Unidos, Reino Unido, Ilhas Cayman e Japão.

“A turbulência do mercado desencadeada pelo choque da Covid-19 trouxe à tona as vulnerabilidades associadas a esses vínculos”, disse o BIS.

Isso levou a margens ou exigências de caixa para apoiar as negociações nas câmaras de compensação, piorando as oscilações nos preços e drenando o dinheiro dos bancos em um momento inoportuno, disse o BIS.

A situação também mostrou que os fundos do mercado monetário, usados por bancos e empresas para a gestão diária de caixa, podem ser provedores de financiamento “inconstantes”, acrescentou o banco.

Sede do BIS na Basileia
Reformas regulatórias podem ser necessárias para garantir que as instituições não bancárias tenham liquidez suficiente para enfrentar os choques do mercado (Imagem: Reuters/Arnd Wiegmann)

O tamanho das instituições não bancárias e suas ligações com os credores justificam o monitoramento contínuo por parte das autoridades, disse o BIS.

“O fato de que algumas instituições financeiras não bancárias enfrentam um ambiente regulatório substancialmente diferente em comparação com os bancos — bem como nenhum ou limitado acesso formal a liquidez dos bancos centrais ou garantias de crédito do setor público — apenas aumenta essa necessidade”, acrescentou.

O artigo reforça o argumento apresentado pelos bancos centrais de que reformas regulatórias podem ser necessárias para garantir que as instituições não bancárias tenham liquidez suficiente para enfrentar melhor os choques do mercado, mas não especifica quaisquer medidas.

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