Internacional

Turquia tem preferência por vacinas chinesas, diz ministro

04 dez 2020, 14:24 - atualizado em 04 dez 2020, 14:24
Bandeira da Turquia
A Turquia anunciou no mês passado acordo para comprar até 50 milhões de doses da chinesa Sinovac Biotech (Imagem: Pixabay)

A Turquia decidiu comprar vacinas contra o coronavírus principalmente da China porque, segundo o ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca, há pouca informação sobre os efeitos de longo prazo do novo método usado por algumas empresas ocidentais, como Pfizer e Moderna.

As chamadas “vacinas inativadas” são mais confiáveis porque implementam uma tecnologia mais estabelecida, disse Koca em entrevista publicada pelo jornal Hurriyet na sexta-feira.

As alternativas, como as vacinas de RNA mensageiro (mRNA), produziram bons resultados no curto prazo, mas os riscos de longo prazo ainda são desconhecidos, disse Koca.

A Turquia anunciou no mês passado acordo para comprar até 50 milhões de doses da chinesa Sinovac Biotech, que desenvolveu uma vacina inativada contra o vírus da Covid-19.

O volume não será suficiente para o país de 83 milhões de habitantes, por isso a Turquia terá que recorrer a alternativas para compensar o déficit, disse Koca.

O governo turco deve iniciar o processo de certificação depois que a empresa chinesa divulgar os resultados do estudo de fase três em cerca de 10 dias, de acordo com o ministro.

A Turquia já anunciou um plano de ação de quatro fases para imunizar o país, no qual as autoridades priorizarão profissionais de saúde e idosos com doenças crônicas.

A Turquia também está em negociações para a comprar a vacina russa, disse o presidente Recep Tayyip Erdogan em Istambul. “Não tenho problema em ser vacinado”, disse a repórteres na sexta-feira.

Tipos de vacinas

A maioria das vacinas consiste em partículas inativas ou proteínas de um vírus desenvolvidas por meio de engenharia genética.

Quando injetadas, desencadeiam uma resposta imunológica duradoura semelhante à de uma pessoa que foi infectada e se recuperou.

Em contraste, a tecnologia de mRNA usada pela Pfizer, Moderna e várias outras depende das próprias células para produzir proteínas virais.

Uma vez injetado, o RNA desliza para dentro das células humanas e as instrui a produzirem proteínas semelhantes ao vírus, neste caso a proteína “spike” na superfície do coronavírus.

Se a vacina funcionar, essas proteínas acionam o organismo para gerar anticorpos protetores. Embora a tecnologia seja nova e não tenha sido usada em uma vacina aprovada antes, permite que pesquisadores avancem rapidamente nos testes.

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Segunda onda

No início da semana, Erdogan anunciou restrições mais rígidas à mobilidade de pessoas e à atividade comercial, quando novos casos de coronavírus somam cerca de 30.000 e as mortes diárias atingem níveis recordes de quase 200.

A Turquia registrou 32.381 casos de coronavírus na quinta-feira e mais de meio milhão desde o início da pandemia há nove meses.

Na semana passada, sob pressão da oposição, o governo abandonou a polêmica política de excluir casos assintomáticos.

O governo não vai obrigar os cidadãos a tomarem a vacina quando estiver disponível, mas tentará convencê-los dos benefícios, segundo Koca. O ministro disse que será o primeiro a tomar a vacina e fará isso publicamente.

bloomberg@moneytimes.com.br