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UBS BB mostra como o Mercado Livre (MELI) pode destravar um ‘novo’ ciclo da ação

12 abr 2023, 18:53 - atualizado em 12 abr 2023, 18:53
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O Mercado Livre está bem posicionado para aumentar a receita com anúncios digitais; crescimento comercial também permanece na ordem do dia

Em relatório divulgado nesta terça-feira (12), o banco UBS BB fez uma atualização da sua tese de investimento sobre o Mercado Livre (MELI;MELI34), ressaltando os fatores que devem continuar impulsionando a lucratividade da companhia.

O UBS BB projeta um preço-alvo para a ação da e-commerce de US$ 1.500 até o fim do ano. A cifra é 20% maior que a cotação atual. Com isso, a instituição manteve a recomendação de compra. Nos três primeiros meses do ano, o avanço do papel listado na Nasdaq foi de 50%.

Entre os fatores que justificariam um novo ciclo de alta para a ação, o UBS BB destaca as oportunidades de aumento de receita com publicidade na plataforma 3P.

“Com 148 milhões de usuários únicos e mais de 1,1 bilhão de itens vendidos ao longo de 2022, o Meli pode utilizar a considerável quantidade de dados que possui sobre consumidores e monetizar a sua base de comerciantes através de serviços de anúncios digitais”, aponta o relatório.

Os anúncios digitais são usados por comerciantes como forma de tornar mais eficiente o processo de venda, vinculando a oferta de produtos aos universo de compradores disponível. Até 2026, é estimado que até 75% de toda publicidade veiculada na América Latina seja feita de maneira digital.

Seguida essa tendência, o UBS BB espera que a penetração de vendas com anúncios atinja 1,7% do GMV (total de mercadorias vendidas) ao fim de 2023 e 2,1% em 2024.

Meli tem dinâmica acelerada de vendas nas principais geografias

O Mercado Livre recentemente anunciou uma expansão de investimentos da ordem de US$ 3,5 bilhões no Brasil e US$ 1,6 bilhões no México, dois dos principais mercados da gigante do e-commerce.

Como justificado pela própria companhia no mês passado, o novo orçamento visa trazer melhorias na infraestrutura, através da criação de novos centros de distribuição, e na logística, mediante expansão do time de entregas e do aumento de entregas rápidas; no Brasil, o projeto inclui até mesmo uma frota de aviões.

Para o banco de investimento, os recursos para 2023 permitem ao Meli crescer mais em segmentos até agora pouco explorados pela companhia, como a venda de eletroeletrônicos e alimentos — duas das linhas de produto que mais se concentram em varejistas brasileiras.

“Esperamos que em 2023 haja uma certa expansão no segmento 1P, após este ter mostrado alguma retração em 2022”.

Segmento fintech mais fraco

Do lado do mercado de crédito e do segmento ‘fintech’ do Mercado Livre, as notícias ensejam mais cautela. A piora das condições macroeconômicas, com juros e inflação em alta, e a permanência da inadimplência em patamares elevados prejudicam o segmento financeiro da empresa.

Todo esse ambiente contribuiu para uma maior sensitividade na concessão de crédito, ocasionando uma queda prevista de 21% entre 2023 e 2024 do portfólio. Outro efeito desse contexto, diz o UBS BB, é a redução da provisão de crédito de 31% em 2023 para 28% em 2024.

Na última leva de dados corporativos, o Mercado Livre já vinha mostrando uma desaceleração no crescimento do crédito, para US$ 2,8 bilhões ao fim do quarto trimestre de 2022.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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