Câmbio

UBS BB revisa dólar para baixo, mas prevê turbulência com eleições em 2026

18 set 2025, 12:32 - atualizado em 18 set 2025, 12:32
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(Imagem: iStock/eyeglb)

O UBS BB reduziu sua projeção para o dólar e agora estima a moeda a R$ 5,40 no fim de 2025 e 2026 — as previsões anteriores eram de R$ 5,80 e R$ 5,86, respectivamente. O banco, contudo, alerta que o período eleitoral de 2026 pode trazer maior volatilidade ao câmbio.

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Em relatório divulgado nesta semana, os analistas destacam que o ciclo de afrouxamento monetário em grandes economias tem sustentado moedas emergentes, incluindo o real. Cenário que se aprofundou ontem (17), após o Federal Reserve cortar os juros nos Estados Unidos.

Segundo o modelo macroeconômico do UBS BB, o valor de R$ 5,40 representa o ponto chamado de valor justo do dólar. O cálculo leva em conta fatores como o saldo comercial, preços de commodities, cesta de moedas emergentes e diferenciais de juros e inflação entre Brasil e EUA.

Conta corrente, eleições e volatilidade

De acordo com o UBS, o déficit em conta corrente do Brasil gira em torno de US$ 75 a 80 bilhões por ano, ou 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), nível acima da média histórica de 2,2%.

O resultado reflete um crescimento acima do potencial nos últimos anos e desemprego mais baixo. Com o desaquecimento da economia, os analistas projetam que o déficit recue nos próximos trimestres e retorne a níveis próximos da média histórica em 2026.

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A conta corrente do balanço de pagamentos reflete as transações do Brasil com o exterior, incluindo comércio de bens e serviços, rendas e transferências.

Quando o déficit aumenta, o país depende mais da entrada de capital estrangeiro para se financiar, o que tende a pressionar o câmbio. Já uma melhora no indicador, como projeta o UBS BB para 2026, reduz essa pressão e ajuda a estabilizar o real.

No entanto, o banco ressalta que o ano que vem será marcado por eleições gerais, que devem movimentar o cenário político não só em relação a votação presidencial, mas também sobre governadores, deputados e dois terços do Senado. Com isso, a moeda deve oscilar.

Após o Banco Central manter a Selic no patamar de 15%, o banco ressalta que a política monetária brasileira segue apertada, com expectativa de cortes de juros apenas no fim do primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de 2026.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.