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UBS e Safra discordam sobre ações do Itaú Unibanco. Quem tem razão?

11 fev 2020, 17:14 - atualizado em 11 fev 2020, 17:14
Prós e contras: comparação com outros bancos ressalta qualidades e fraquezas do Itaú, segundo UBS e Safra (Imagem: Equipe Money Times)

Os bancos Safra e UBS divulgaram análises divergentes sobre os resultados do quarto trimestre do Itaú Unibanco (ITUB4), bem como o que fazer com suas ações agora. Publicado na noite de ontem (10), o balanço mostra uma alta de 12,6% no lucro líquido recorrente do período, que chegou a R$ 7,3 bilhões.

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O mercado gostou do desempenho, e premiou o Itaú Unibanco com uma das maiores altas da sessão desta terça-feira (11). Por volta das 16h39, enquanto o Ibovespa subia 2,33%, para 115.192 pontos, as ações preferenciais do Itaú (ITUB4) avançavam 2,22% e eram negociadas a R$ 35,04 por papel.

Mas o otimismo dos investidores não é compartilhado por todo o mercado. O banco suíço UBS, por exemplo, não se impressionou muito com os resultados.

Concorrência

Tanto, que manteve sua recomendação neutra para o Itaú Unibanco – classificação dada pela instituição para as ações que devem oscilar numa faixa de 6%, para mais ou para menos, em relação à média do mercado.

O preço-alvo é calculado em R$ 38. Assinado pelos analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, o relatório do UBS observa que, embora o guidance (conjunto de metas) de 2020, divulgado pelo Itaú, esteja “ligeiramente” acima do esperado, ainda não há motivos para apostar nas suas ações.

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Mais “barato”: Bradesco, maior rival do Itaú, tem ações mais atrativas, segundo o UBS (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O principal argumento, segundo o UBS, é a comparação com a concorrência. “[Com os papéis] Negociando a 11,5 vezes o P/L [relação Preço/Lucro] estimado para 2020, nós ainda mantemos nossa preferência pelo Bradesco ao Itaú”, dizem os analistas.

Lado bom

Já o Banco Safra divulgou uma avaliação mais generosa. Assinado pelos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, o relatório afirma que os números do Itaú, no geral, foram bons, mas alinhados às expectativas do mercado. O Safra acrescenta que as metas divulgadas para 2020 são “conservadoras”.

Apesar das ressalvas, a instituição gostou sobretudo da “expectativa de cortes agressivos de custos” e da “perspectiva, de algum modo, positiva para as tarifas”. “Ainda gostamos do perfil de risco-retorno atraente do Itaú Unibanco”, afirma o Safra.

“Em nossa visão, o Itaú continuará a entregar valor econômico aos acionistas, por meio de uma combinação de ROE [retorno sobre patrimônio líquido, na sigla em inglês] bem acima dos custos de capital, um forte pagador de dividendos (yield projetado de cerca de 5% para 2020), e a permanência como o banco mais rentável do setor, embora seus pares estejam estreitando a diferença de rentabilidade”, diz o Safra.

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Por isso, os analistas mantêm a recomendação de outperform, com preço-alvo de R$ 39 para 2020.

Veja, abaixo, a apresentação que o Itaú forneceu aos jornalistas, em sua teleconferência de resultados.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.