Dólar pode cair abaixo de R$ 5 em 2026, projeta UBS

O dólar pode recuar e permanecer abaixo dos R$ 5 em um cenário de melhora no balanço de pagamentos e aumento do fluxo de entrada de dólares, avaliam economistas do UBS. Segundo o banco, esse movimento tende a se fortalecer, especialmente se “resultados eleitorais positivos começarem a ganhar tração” em 2026.
A projeção da instituição é de que o câmbio alcance o patamar de cerca de R$ 4,90 por dólar.
Os economistas destacam que, embora o real já tenha se destacado entre as moedas emergentes em 2025, o movimento ainda não esgotou o potencial de valorização.
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“O real vem de um 2024 muito fraco (queda de 20% em relação ao dólar)”, relembram, apontando que o câmbio segue sustentado por “avaliações baratas” e “alto carrego”, fatores que devem continuar a favorecer a moeda frente aos pares latino-americanos.
A melhora das contas externas é vista como um novo impulso. O UBS projeta que o déficit em conta corrente diminua para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, ante 3,5% registrados no segundo trimestre deste ano.
“Diferentemente do primeiro semestre, as contas externas começaram a se recuperar e podem até se tornar um vento a favor em 2025”, dizem.
Além disso, o banco vê espaço para uma retomada dos fluxos de investimento direto e de portfólio, o que “poderia melhorar rapidamente o quadro de fluxo cambial”.
No cenário global, o UBS projeta que o déficit em conta corrente siga em queda e que os investimentos diretos se mantenham resilientes, com o saldo básico “praticamente neutro para o câmbio” e potencial para se tornar positivo em 2025.
A instituição também ressalta que o Brasil está entre os poucos países da América Latina com volumes de exportação em crescimento — “alta de 6% na comparação anual” — e que a redução das taxas de juros internas pode atrair novos fluxos para títulos e ações, com “efeitos positivos sobre o câmbio”.
Apesar das tensões comerciais recentes entre Brasil e Estados Unidos, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o UBS avalia que “os riscos macroeconômicos parecem controlados”. Segundo o relatório, apenas 12% das exportações do país vão para os EUA e cerca de metade desses produtos foram isentos das taxas, o que reduz o impacto efetivo da medida.