Meio Ambiente

UE busca meta climática mais fraca na corrida por um acordo até a COP30, dizem fontes

05 nov 2025, 4:22 - atualizado em 05 nov 2025, 4:22
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Margem para cortes de emissões divide UE em três grupos: 10%, 5% e sem flexibilidade (iStock.com/iantfoto)

Ministros do clima da União Europeia estavam considerando nesta terça-feira enfraquecer ainda mais sua meta climática planejada para 2040, disseram diplomatas da UE à Reuters, em uma última tentativa de definir um objetivo e evitar ir à cúpula da ONU COP30 no Brasil de mãos vazias.

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A União Europeia esperava obter o apoio dos países membros para reduzir as emissões em 90% até 2040 em relação aos níveis de 1990. As próximas negociações da COP30 testarão a vontade das principais economias de continuar lutando contra as mudanças climáticas diante da oposição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Depois de 13 horas de negociações que não produziram avanço, ministros discutiam na noite desta terça-feira (4) alternativas para enfraquecer a meta de 90% de corte de emissões, a compra de créditos de carbono estrangeiros para cobrir 5% da meta, entre elas, disseram diplomatas da UE à Reuters.

Isso enfraqueceria efetivamente para 85% os cortes de emissões exigidos das indústrias europeias. O restante seria compensado pelo pagamento a países estrangeiros para que cortassem as emissões em nome da Europa.

A Comissão Europeia havia proposto originalmente uma meta de 90% de corte de emissões com uma participação máxima de 3% nos créditos de carbono.

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Países como França, Itália e Portugal exigiram a flexibilidade de 5%, enquanto outros, como a Polônia, buscaram até 10%. A Espanha e a Holanda estavam entre os que se opunham a uma flexibilização da meta, disseram os diplomatas, que permaneceram no anonimato para discutir as negociações a portas fechadas.

Os ministros também debateram uma série de outras opções, relataram os diplomatas — incluindo uma cláusula para permitir um afrouxamento ainda maior da meta de 2040, adicionando mais créditos de carbono no futuro, além de novas mudanças em um futuro mercado de carbono da UE, ao qual a Polônia e a República Tcheca se opuseram.

A UE empreende sua última tentativa de chegar a um acordo antes da reunião da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com outros líderes mundiais na cúpula da COP30, em 6 de novembro.

“Temos muito em jogo. Estamos arriscando nossa liderança internacional, que é fundamental nesse contexto extraordinariamente complicado”, disse a jornalistas a ministra do Meio Ambiente da Espanha, Sara Aagesen.

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Pontos de vista

A diluição da meta climática reflete uma reação contrária à ambiciosa agenda climática da Europa por parte das indústrias e de alguns governos céticos quanto à possibilidade de arcar com as medidas ao mesmo tempo em que lidam com as prioridades industriais e de defesa.

“Não queremos destruir a economia. Não queremos destruir o clima. Queremos salvar os dois ao mesmo tempo”, disse o vice-ministro polonês do clima, Krzysztof Bolesta.

É necessário o apoio de pelo menos 15 dos 27 membros da UE para aprovar a nova meta nesta terça-feira. A expectativa, entre diplomatas, é de uma votação apertada, que pode depender de um ou dois países mudarem de posição.

A Polônia, a Itália, a República Tcheca e outros países se opuseram à meta por considerá-la muito restritiva para as indústrias nacionais, que lutam contra os altos custos de energia, as importações chinesas mais baratas e as tarifas dos EUA.

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Outros, incluindo a Holanda, a Espanha e a Suécia, citaram a piora do clima extremo e a necessidade de alcançar a China na fabricação de tecnologias verdes como motivos para metas ambiciosas.

Consultores independentes de ciência climática da UE alertaram que a compra de créditos de CO2 estrangeiros desviaria investimentos muito necessários das indústrias europeias.

Bruxelas também prometeu mudar outras medidas verdes na tentativa de conquistar adesão. Isso inclui a possibilidade de relaxar a proibição de motores de combustão em 2035, conforme solicitado pela Alemanha e pela Itália.

Os ministros tentarão primeiro chegar a um acordo sobre a meta para 2040 e, a partir daí, apresentar um compromisso de emissões para 2035 — meta intermediária solicitada pela ONU para ser apresentada antes da COP30.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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