Economia

Último ano de Campos Neto pode estar deixando Banco Central mais conservador; entenda

19 dez 2023, 15:50 - atualizado em 19 dez 2023, 15:50
campos neto selic juros
Roberto Campos Neto está entrando em seu último ano como presidente do Banco Central. (Imagem: Rafael Ribeiro/BCB)

Nas últimas semanas, o Banco Central vem adotando uma posição conservadora no que se trata do afrouxamento monetário. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, levando a taxa de juros para o patamar de 11,75% ao ano.

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Na sua ata, publicada nesta terça-feira (19), o Banco Central destacou que antevê, mais uma vez, reduções de mesma magnitude por enxergarem ser o mais prudente para o momento. Ou seja, aqueles mais otimistas que apostavam em uma aceleração na queda da Selic, podem rever as projeções.

A manutenção do ritmo de reajustes tem seus motivos: o primeiro é que o ambiente externo ainda segue volátil, tanto que o Copom aponta que é “apropriado adotar uma postura de cautela”. Além disso, também preocupa o “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal“.

  • ‘Queridinha’ dos investidores, BB Seguridade (BBSE3) perde seu posto para a Caixa Seguridade (CXSE3); Analista da Empiricus Research explica por que fazer essa troca na carteira no Giro do Mercado desta terça-feira (19), clique aqui e entenda:   

Banco Central se preparar para saída de Campos Netos

No entanto, mas alguns fatores podem estar pesando na postura do Banco Central. Em entrevista ao Broadcast, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, afirma que essa cautela também está ligada à briga que a autoridade monetária ainda trava com as expectativas de inflação.

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Vale destacar que, apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem apresentando uma desaceleração, as expectativas de inflação a longo prazo seguem em um patamar alto. No Relatório Focus desta semana, por exemplo, as projeções de inflação em 3,50% para 2025 e 2026 permanecem as mesmas a mais de 20 semanas.

Para Honorato, a comunicação pode ser uma estratégia para tentar trazer as expectativas para baixo. No entanto, ele também aponta o fim do mandato do presidente Roberto Campos Neto. O dirigente deixa o cargo em dezembro de 2024, depois de uma primeiro ano de governo “Lula 3″ de tensão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ala política.

Segundo informações do canal de notícias Bom Dia Mercado, o ex-diretor do BC e professor adjunto na Georgetown University, Tony Volpon, também destaca em artigo que não é normal essa preocupação da autoridade monetária com as expectativas longas no Focus. Ou seja, tem algo mais acontecendo “fora dos dados”. 

A preocupação é sobre quem pode substituir Campos Neto e como o mercado irá reagir a um Banco Central mais expansionista diante de um governo com dificuldades de controle fiscal.

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“Minha tese é que as expectativas carregam um prêmio de risco devido às incertezas fiscais e, principalmente, as incertezas de como será a gestão do BC depois da saída de Roberto Campos Neto […] É notável que o mais provável candidato ao lugar de Campos Neto, Gabriel Galípolo, tem acompanhado todas as decisões do Copom sem dissenso, o que pode ser lido como tentativa de afastar temores de uma futura gestão heterodoxa”, diz.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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