Um açúcar mais amargo: Bank of America rebaixa São Martinho (SMTO3) e corta preço-alvo; entenda

O Bank of America (BofA) rebaixou as ações da São Martinho (SMTO3) de compra para neutra e reduziu o preço-alvo para as ações de R$ 27 para R$ 20,50 (potencial de alta de 25,15%).
Como explicação principal, está o fato de as analistas do banco enxergarem um espaço limitado para uma recuperação nos preços do açúcar. Por volta de 15h03 desta quinta (9), as ações tombavam 5,56%.
Os motivos que limitam a alta da commodity são as boas perspectivas para a produção do Brasil e as projeções de uma boa safra em 2026/2027.
“Os preços do etanol se recuperaram, mas apresentam riscos de queda. Embora acreditemos que a SMTO3 seja uma produtora de primeira linha no Brasil, com valuation descontado, vemos espaço limitado para a recuperação dos preços e ausência de catalisadores de curto prazo”, explicam Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
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Na safra atual, o mix de açúcar do Centro-Sul é de 53% e a produção está estável. “Esperamos produção de 40 milhões de toneladas (ante 39 milhões), também porque muitos produtores já fizeram hedge de açúcar e têm compromissos de entrega até o fim da temporada, limitando o deslocamento do mix para o etanol (por margens relativamente melhores”.
Para os anos fiscais de 2026 e 2027, as analistas reduziram as estimativa de Ebitda em 4,5% e 6,3%, respectivamente.
No biênio, elas estimam fluxo de caixa livre negativo de R$ 530 milhões a R$ 320 milhões, devido a investimentos em crescimento (expansão da planta de etanol de milho).
“Apesar do cenário pouco animador para açúcar e etanol, São Martinho está negociando na parte inferior do histórico de valuation, em 3,5x EV/Ebitda, contra a média de 5x, mas não vemos gatilhos de curto prazo para reclassificação da ação”.