BusinessTimes

Uma análise das previsões tecnológicas desta década para 2020

27 dez 2019, 16:10 - atualizado em 27 dez 2019, 16:10
Tencologia
A adivinhação corporativa é uma prática comum no setor de tecnologias (Imagem: Unsplash/@omarprestwic)

Prever o futuro é difícil, mesmo para as pessoas com mais poder para influenciá-lo.

Em 2013, Jeff Bezos previu que a Amazon.com entregaria pacotes por drones em quatro a cinco anos. Aqui estamos, sete anos depois, e os robôs voadores imaginados por Bezos ainda estão em fase de testes e acabaram de receber aprovação regulatória nos Estados Unidos.

A adivinhação corporativa é uma prática comum no setor de tecnologia, e os executivos tendem a escolher números redondos como prazos para suas fantasias tecnológicas.

Assim, com o fim de 2019 chegando e nos aproximando de uma nova década, vamos analisar o que aconteceu com algumas das previsões da indústria de tecnologia para 2020.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

1. Os chips de computador quase não consumirão energia

Gordon Moore era famoso por sua previsão sobre o desenvolvimento de computadores mais baratos e avançados. A Intel, empresa cofundada por ele, continuou no jogo dos prognósticos anos depois da aposentadoria de Moore, com resultados variados.

O i9 requer 165 watts de energia, mais do que o dobro de uma televisão de 65 polegadas (Imagem: Unsplash/@alexkixa)

Em 2012, a Intel previu uma forma de computação onipresente que consumiria quase zero de energia até 2020. O prazo está quase acabando e a bateria da maioria dos celulares precisa ser recarregada depois de um dia.

O i9, o mais recente chip de computador topo de linha da Intel, requer 165 watts de energia, mais do que o dobro de uma televisão de 65 polegadas.

2. Nove em cada 10 pessoas com mais de 6 anos terão um telefone celular

Em 2014, a Ericsson Mobility estimou que 90% das pessoas no planeta com mais de 6 anos possuiriam um telefone celular até 2020.

É uma previsão difícil de medir, mas uma visita aos países em desenvolvimento sugere que não estamos nem perto. A empresa de pesquisa Statista estima uma taxa de penetração global de 67%.

Um marco alcançado nesta década é o número de contas de telefonia móvel, que excedeu a população mundial pela primeira vez, de acordo com dados compilados pelo Banco Mundial.

Há um movimento nacional nos EUA incentivando os pais a esperarem até a oitava série antes de permitir que usem um smartphone (Imagem: Pixabay)

A estatística é distorcida por pessoas que usam vários dispositivos. A preocupação com os potenciais efeitos nocivos do videogame e do uso excessivo de redes sociais por crianças pode significar que a previsão nunca irá se materializar.

Agora, há um movimento nacional nos EUA incentivando os pais a esperarem até a oitava série (13 anos) antes de permitir que usem um smartphone.

3. Toyota fabricará carros totalmente autônomos

As empresas automobilísticas e de tecnologia ficaram convencidas nesta década de que os computadores em breve seriam capazes de dirigir carros com mais confiabilidade do que as pessoas.

Em 2015, a Toyota Motor apostou que teria carros totalmente autônomos nas estradas até 2020. Não demorou muito para a euforia esfriar. Em 2018, um pedestre morreu após a colisão com um carro autônomo do Uber.

Em 2020, a marca Lexus da Toyota apresentará um carro capaz de dirigir de forma autônoma nas estradas, mas os executivos reconheceram que as montadoras “estão revisando significativamente sua linha do tempo para a implantação da inteligência artificial”.

Este ano, o Uber introduziu uma forma de veículo voador que não é particularmente inovadora: está operando trajetos de helicóptero na cidade de Nova York (Youtube: TVI24)

4. Uber lançará carros voadores

Quando o Uber Technologies se comprometeu a cumprir uma promessa dos Jetsons, deu apenas três anos para realizar a proeza. Pode ter certeza de que você não poderá pedir um Uber voador já no ano que vem. A empresa continua a explorar o conceito com reguladores.

Este ano, o Uber introduziu uma forma de veículo voador que não é particularmente inovadora: está operando trajetos de helicóptero na cidade de Nova York. Na última sexta-feira, o Uber disse que trabalha com uma startup, a Joby Aviation, para desenvolver o “compartilhamento de viagens aéreas” e estabeleceu um novo prazo: 2023. O CEO do Uber, Dara Khosrowshahi, tuitou: “Chegando perto…”

bloomberg@moneytimes.com.br