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Uma história simples para entender por que os países ricos são ricos hoje (e o Brasil não)

05 set 2020, 10:03 - atualizado em 31 ago 2020, 20:12
GM General Motors Automóveis Indústria EUA
Em países ricos, há uma grande cadeia de fornecedores de apoio à fabricação de carros, celulares e compostos químicos de ponta (Imagem: REUTERS/Harrison McClary)

Os países ricos produzem bens que são comercializáveis e muito sofisticados, exportáveis e que por isso são submetidos a pouca ou menor competição.

O sistema operacional Windows somente é produzido pela Microsoft, e tem pouca competição para ele, os telefones celulares Samsung e Apple também, os carros da Toyota, os aviões da Boeing e da Airbus e assim por diante. Esses são produtos e marcas muito conhecidas, mas há dezenas de outros que são compostos químicos, micro circuitos e coisas deste tipo que têm grande conteúdo tecnológico e são submetidas a pouca competição, permitindo que a margem de lucro das empresas que os produzem seja maior e que os salários pagos também, resultando em benefícios generalizados para os países que as sediam.

Importante dizer que há uma grande cadeia de fornecedores de apoio à fabricação de carros, celulares e compostos químicos de ponta, assim como uma grande cadeia de prestadores de serviços depois que são produzidos a fim de que sejam comercializados.

O primeiro tipo de cadeia é “para trás” do produto: o vidro do carro, as borrachas, os amortecedores, etc. A cadeia “para frente” é formada pelas agências de propaganda e marketing, empresas de pesquisa, profissionais de vendas, dentre outros. As empresas que fazem isso também ficam nos países sedes das empresas que fabricam os carros, celulares e compostos químicos de ponta.

Imagine-se que hoje tivéssemos um carro Gurgel que dominasse o mundo tanto quanto os carros da Kia ou da Mitsubishi. Imagine-se que a Embraer (EMBR3) ainda fosse nossa e passasse a competir mundialmente com a Boeing e Airbus na fabricação de aeronaves de grande porte, o que ela utilizasse seu conteúdo tecnológico para fabricar jet-skis, como fez a Bombardier, e exportar para dominar o mercado mundial. É isso que torna um país desenvolvido.

O Brasil está ficando cada vez mais para trás nessa competição global.

Matéria escrita por Paulo Gala e Alberto C. Almeida.

CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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