Única big tech em alta após balanço, dona do Google surpreende com receita recorde e explosão da computação em nuvem
Entre as big techs que publicaram seus balanços recentemente, a Alphabet, dona do Google, é a única que avança nesta quinta-feira (30). Por volta das 14h, as ações GOOGL chegaram a saltar mais de 4% no pregão regular em Nova York.
GOOGL
De acordo com o balanço da empresa, publicado na noite da última quarta-feira (29), os números mostraram um forte desempenho operacional, superando as expectativas dos analistas com um crescimento de dois dígitos tanto na receita quanto no lucro.
Assim, a receita no terceiro trimestre deste ano (3T25) ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões pela primeira vez na história da companhia, totalizando US$ 102,346 bilhões e crescendo 16% na comparação com o 3T24, 2% acima do consenso de mercado.
Já o lucro operacional no trimestre somou US$ 31,228 bilhões, um crescimento de 9,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso fez com que a margem operacional atingisse os 30,5%.
A companhia foi multada em US$ 3,5 bilhões, proveniente da Comissão Europeia por práticas anticompetitivas, o que fez a margem recuar 1,8 ponto percentual.
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Destaques do trimestre da dona do Google
O destaque do trimestre foi novamente a vertical de Google Cloud, cuja receita totalizou US$ 15,157 bilhões, um crescimento de 34% ano contra ano, impulsionada pela forte demanda demanda por infraestrutura de inteligência artificial (IA) e soluções generativas no Google Cloud Platform (GCP).
Além disso, o segmento de Assinaturas, Plataformas e Dispositivos registrou um crescimento de 21% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado devido às novas assinaturas do Google One (incluindo o plano de IA com ferramentas como Gemini e NotebookLM) e YouTube Premium.
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Com isso, o total de assinantes no Google One e YouTube Premium atingiu os 300 milhões de usuários.
Os analistas do Itaú BBA destacam que a Alphabet teve um balanço bastante positivo, superando as expectativas da casa, que mantém a recomendação de Outperform (o equivalente a compra) para os papéis da big tech.
Riscos de operação
Assim como a Meta (antigo Facebook) e a Microsoft (MSFT), o ponto que desagradou os investidores e analistas foi o capex, os gastos com infraestrutura da empresa.
Isso porque essas big techs têm feito investimentos massivos em infraestruturas ligadas à inteligência artificial — desde data centers mais modernos até a aquisição de empresas inteiras.
No terceiro trimestre de 2025, a Alphabet registrou um Capex consolidado de US$ 23,953 milhões, correspondendo a 23% das receitas do período. Desse total, 60% foram alocados em servidores e 40% em data centers e equipamentos de rede.
Contudo, diferentemente das concorrentes que publicaram seus dados hoje, essa preocupação não foi suficiente para afastar o apetite dos investidores pelas ações da empresa, que também é vista como uma das mais resilientes em termos de teses de IA.