Economia

Único risco para a inflação é a deterioração fiscal, diz Vescovi

13 maio 2020, 12:30 - atualizado em 13 maio 2020, 12:30
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O Banco Central reconhece o aumento dos riscos fiscais e sinalizou na ata do Copom um limite para a queda dos juros (Imagem: Pixabay/stevepb)

A deterioração aguda das contas públicas é o único risco relevante para o controle da inflação, dado que o dólar não tem afetado os preços em meio à retração da economia na crise do coronavírus, diz Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Banco Santander.

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“O único risco concreto de virmos a ter inflação é a dominância fiscal”, afirma em entrevista a ex-secretária do Tesouro Nacional. Caso o país venha a perder sua âncora fiscal, que não é o cenário base do Santander, o câmbio avançaria ainda mais e a piora do risco país levaria à saída de investimentos do Brasil.

Ainda que as despesas durante a crise sejam temporárias, a dívida pública deve saltar para perto de 100% do PIB, prevê Vescovi. Isso demandará maior esforço fiscal e político para a aprovação de reformas e cortes de gastos após a crise.

O Banco Central reconhece o aumento dos riscos fiscais e sinalizou na ata do Copom um limite para a queda dos juros, depois de ter cortado a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 3%.

Para Vescovi, a posição do Brasil é diferente das economias mais avançadas e exige maior cautela. “Países emergentes têm uma situação diferente. Quando ocorrem crises, há uma fuga de capitais para economias que têm instituições mais desenvolvidas.”

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A pressão na curva longa de juros vista recentemente já reflete a ampliação dos riscos fiscais, o que reduz o efeito da queda da Selic na atividade.

Compras de títulos pelo BC

O Banco Central passou a ter mais poder de fogo para combater a crise com a aprovação da PEC do chamado orçamento de guerra, que permitiu a compra de títulos no mercado secundário.

Vescovi acredita que o BC, caso venha a usar o novo instrumento, o faça mais para amenizar eventuais distorções de mercado, da mesma forma que faz com as intervenções no câmbio.

“Nesse momento temos mais perguntas do que respostas”, disse a economista, que aguarda a regulamentação da medida.

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bloomberg@moneytimes.com.br

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