Unipar (UNIP6) conclui emissão de R$ 900 milhões em debêntures

A Unipar (UNIP6) informou nesta segunda-feira que concluiu uma emissão de R$ 900 milhões em debêntures, a maior da história da companhia, com o objetivo de resgatar debêntures antigas e melhorar o perfil da dívida da empresa, utilizando o restante dos recursos para uso corrente de acordo com seu planejamento financeiro.
A emissão, realizada em três séries com prazos de 7 e 10 anos, aumenta o prazo médio estimado da dívida total da Unipar de 60 para 75 meses.
“Depois dessa emissão, 91% da nossa dívida vence só depois de 2029. Agora a gente tem uma flexibilidade maior do ponto de vista de gestão de dívida e de liquidez, inclusive para capturar oportunidades de mercado para crescer, para capturar também algum movimento estratégico que se apresente para a gente”, afirmou o diretor financeiro da companhia, Alexandre Jerussalmy.
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Anteriormente, até o final de março, 70% das dívidas a vencer da empresa tinham amortização a partir de 2029.
Segundo o executivo, apesar da maior flexibilidade para eventuais operações de aquisição após a captação, a Unipar segue cautelosa em função do cenário macroeconômico global incerto.
A empresa do segmento químico e petroquímico já manifestou anteriormente sua intenção de crescer, seja por meio de investimentos no Brasil quanto no exterior, mas está esperando a “oportunidade surgir”, disse o CFO à Reuters. A Unipar possui uma subsidiária em Bahía Blanca, na Argentina, a Unipar Indupa.
“O cenário macro está muito incerto com essa guerra tarifária que está acontecendo. Então, isso faz com que as empresas fiquem muito mais cautelosas ao tomar decisões de crescimento e de investimento, principalmente em outro país.”
Embora não exporte diretamente para os Estados Unidos, a Unipar pode sentir impactos indiretos das taxas de 50% norte-americanas contra o Brasil sobre alguns de seus clientes, de acordo com o executivo, além dos efeitos sobre o câmbio.
A empresa, que divulga seus resultados financeiros do segundo trimestre em 7 de agosto, terminou março com uma alavancagem de 0,88 vez a dívida líquida sobre Ebitda, superior ao patamar de 0,76 vez observado no final do ano passado.