Agronegócio

USDA reduz estimativa para produção de milho dos EUA

08 nov 2019, 18:14 - atualizado em 08 nov 2019, 18:14
O governo dos EUA estimou a produção de milho do país em 13,661 bilhões de bushels, com rendimento médio de 167 bushels por acre (Imagem: REUTERS/Scott Morgan)

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) reduziu nesta sexta-feira sua previsão para a safra norte-americana de milho, com as condições frias e úmidas no final da temporada de desenvolvimento prejudicando as produtividades dos grãos.

Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o governo dos EUA estimou a produção de milho do país em 13,661 bilhões de bushels, com rendimento médio de 167 bushels por acre, enquanto a safra de soja foi fixada em 3,55 bilhões de bushels, estável ante outubro, com produtividade média de 46,9 bushels por acre.

“A redução na produtividade (do milho) é a confirmação dos problemas que temos tido” disse Bob Utterback, presidente da Utterback Marketing.

“Eu acho que você continuará vendo a produtividade mostrando sinais de estresse até o relatório de janeiro.”

De acordo com a média das estimativas em pesquisa da Reuters, analistas esperavam que a projeção da safra de milho norte-americana fosse cair para 13,643 bilhões de bushels, baseada em rendimento médio de 167,5 bushels por acre, e que a estimativa para a soja seria reduzida para 3,51 bilhões de bushels, com produtividade média de 46,6 bushels por acre.

Plantio de Milho
No milho,  a despeito da revisão para baixo da produtividade norte-americana, “a foto do balanço do mercado de milho nos EUA não foi alterada”  (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

“O relatório do Wasde trouxe um tom baixista para o mercado de soja, uma vez que manteve os níveis de produtividade da safra norte-americana inalterados em relação ao que foi publicado em outubro, ao mesmo tempo em que reduziu a demanda de soja para esmagamento”, comentou o gerente de consultoria de Agronegócio do Itaú BBA, Guilherme Bellotti.

“O resultado disso foi a revisão para cima dos níveis esperados de estoques da ordem de 3%, o segundo maior da história dos EUA”, acrescentou ele.

No milho, disse Bellotti, a despeito da revisão para baixo da produtividade norte-americana, que reduziu a produção em 1% sobre as projeções de outubro, “a foto do balanço do mercado de milho nos EUA não foi alterada significativamente, pois houve uma queda das expectativas da demanda de milho para ração, produção de etanol e também para as exportações”.

“Por isso, o espaço para altas estruturais e sustentáveis nos preços do milho na CBOT exigirá perdas adicionais da produção americana ou uma quebra da safra de outros importantes países exportadores, o que abriria espaço para uma exportação maior do milho americano”.

Nesta sexta-feira, o contrato dezembro do milho em Chicago fecharam em alta de 0,33%, enquanto vencimento janeiro da soja caiu 0,67%.

Milho
O USDA manteve estáveis as safras dos principais produtos agrícola dos dois maiores produtores de grãos da América do Sul, Brasil e Argentina, com exceção do trigo argentino (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

América do Sul

O USDA manteve estáveis as safras dos principais produtos agrícola dos dois maiores produtores de grãos da América do Sul, Brasil e Argentina, com exceção do trigo argentino.

O governo dos EUA estimou a safra de soja do Brasil 2019/20 em 123 milhões de toneladas, estável ante previsão de outubro, mantendo também a colheita de milho em 101 milhões de toneladas.

O USDA estimou a safra de trigo argentina 2019/20 em 20 milhões de toneladas, ante 20,50 milhões na previsão de outubro.

Para a safra de soja argentina, o USDA manteve as 53 milhões de toneladas projetadas em outubro, além das 50 milhões de toneladas de milho.

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