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Usiminas (USIM5) cai mais de 4% após Goldman Sachs rebaixar recomendação da ação para neutra

16 jul 2025, 16:46 - atualizado em 16 jul 2025, 17:58
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O Goldman Sachs rebaixou a recomendação das ações da Usiminas e cortou o preço-alvo (Imagem: Divulgação/Canva Pro - Montagem: Giovanna Figueredo)

As ações da Usiminas (USIM5) operou entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (16). 

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USIM5 encerrou as negociações com baixa de 4,52%, a R$4,01. Na mínima do dia, os papéis chegaram a registrar baixa de 5,24%. Acompanhe o Tempo Real



O motivo por trás da forte queda é o rebaixamento da recomendação pelo Goldman Sachs. O banco reduziu a classificação das ações de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 8,40 para R$ 5,20 — o que ainda representa um potencial de valorização de 23,8% sobre o preço de fechamento de ontem (15), em R$ 4,20. 

“Apesar dos recentes ganhos no preço das ações e na rentabilidade, acreditamos que a Usiminas ainda enfrenta desafios cíclicos e estruturais significativos”, escreveram os analistas em relatório. 

Entre os “desafios”, na visão do Goldman Sachs,  estão as elevadas e competitivas exportações de aço da China em 2025 e a necessidade de uma execução contínua de capex (investimento em capital) acima da depreciação para melhorar a eficiência e a competitividade estrutural.

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O banco reafirmou a referência pela Gerdau (GGBR4). Segundo os analistas, a exposição aos EUA compensa a pressão de margem no Brasil. 

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Por que não é hora de comprar Usiminas? 

Alguns motivos levaram ao rebaixamento das ações. Entre eles, o Goldman Sachs destaca que os ganhos de competitividade esperados relacionados à reforma de seu principal alto-forno em 2019 (Capex equivalente a 22% do valor de mercado na época) foram “muito menos expressivos” do que o esperado pelo banco. 

“As margens de EBITDA/tonelada de aço da Usiminas estiveram cerca de 50% abaixo das dos seus pares nos últimos 5 anos, e acreditamos que essa tendência deve continuar — estimamos cerca de 40% abaixo dos pares da América Latina em 2025-2027”, diz o relatório.

“Acreditamos que isso se deve, em parte, aos baixos níveis de integração de carvão de coque próprio (por exemplo, 30%), enquanto a competição acirrada com volumes importados (principalmente da China) eliminou a melhoria da margem”, acrescentou.

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Além disso, os analistas do banco acreditam que a Usiminas precisará de mais capex para impulsionar ainda mais a competitividade — como o investimento em usinas de carvão de coque que seriam equivalentes a 40% do valor de mercado, ou  seja, entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. 

Esse movimento, porém, não seria visto como positivo pelo mercado, de acordo com a análise do banco. “Isso se deve aos resultados deprimidos da empresa. As margens de EBITDA/tonelada de aço no 1T25 nos últimos 12 meses estão cerca de 30% abaixo da média de 10 anos”, dizem os analistas. 

“A Usiminas continua operando com uma desvantagem de custo em relação aos seus pares, com EBITDA/tonelada cerca de 40% abaixo da média dos concorrentes em 2025-2027.”

A política monetária brasileira também é um fator de atenção, principalmente em relação à demanda de aço no mercado doméstico.

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“A demanda por aço tem se mantido forte no Brasil, acima dos níveis normalizados, e vemos potenciais riscos de queda no futuro em vista do efeito defasado da política monetária restritiva do governo”, escreveram os analistas no relatório. 

Por outro lado, as importações, principalmente da China, devem permanecer elevadas em 2025 e limitar o potencial de preços no curto prazo. 

Os analistas ainda destacam que a China restringiu a produção de aço quando a demanda estava enfraquecendo em meados de 2021 e isso “provavelmente” deve acontecer no segundo semestre deste ano. Contudo, esse cenário não seria necessariamente positivo para a Usiminas. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.