Usiminas (USIM5) recua 5% após lucro multiplicar mais de 9 vezes; o que dizem analistas?

O lucro do primeiro trimestre de 2025 da Usiminas (USIM5), mais de 9 vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2024, não foi suficiente para garantir uma alta das ações no pregão dessa quinta-feira (24).
Por volta de 12h05 (horário de Brasília), as ações recuavam 5,60%, a R$ 5,74, em reação ao balanço divulgado nesta manhã. Acompanhe o tempo real.
A mineradora reportou um lucro líquido de R$ 337 milhões, um salto de 845% na comparação anual. A cifra veio acima da expectativa do mercado, que aguardava um lucro de R$ 200 milhões, segundo consenso reunido pela Bloomberg.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia, que mede o desempenho operacional, somou R$ 733 milhões no período, um avanço de 76% ante os R$ 416 milhões reportados no 1T24.
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A Usiminas afirma que o resultado reflete uma continuidade da trajetória positiva do quarto trimestre de 2024 e as expectativas para o segundo trimestre deste ano é de estabilidade.
Companhia vê cenário incerto
Para a segunda metade de 2025, a companhia vê um cenário desafiador e incerto, principalmente devido aos altos volumes de importação de aço em condições consideradas desleais pela companhia, além do impacto no consumo doméstico do elevado patamar da taxa de juros e a incerteza no comércio internacional.
Na visão da XP Investimentos, os resultados reportados são sólidos, com o Ebitda refletindo preços ligeiramente mais altos e custos mais baixos na divisão de aço.
No geral, os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, veem o balanço e as implicações positivas de custo para o segundo trimestre de 2025 ajudando a mitigar os riscos de desaceleração macroeconômica no segundo semestre do ano, principalmente devido a um ambiente de altas taxas de juros no Brasil.
“Dito isso, o aumento da penetração das importações de aços planos continua sendo um risco negativo para os preços dos aços planos daqui para frente”, dizem.
O Santander avalia que a Usiminas apresentou resultados trimestrais mais fortes, impulsionados por maiores volumes de vendas em ambas as suas divisões, parcialmente compensados por um aumento no CPV (custo dos produtos vendidos), devido a maiores volumes de vendas no mercado doméstico de aço, e menores descontos e maiores exportações em mineração.
A recomendação do banco para Usiminas é neutra, com preço-alvo de R$ 7,50.
Outros números do 1T25 da Usiminas
A margem Ebitda ajustada da companhia foi de 11% no período de janeiro a março, uma alta de 4 pontos percentuais na comparação anual.
Já a receita líquida totalizou R$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, avanço de 10% ante o mesmo período em 2024.
O volume de vendas de aço foi de 1,09 milhão de toneladas, um avanço de 3% na base trimestral e 5% na base anual.
Já o volume de venda de minério da Usiminas totalizou R$ 2,2 milhões, uma alta de 13% no ao e de 1% ante o último trimestre.