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Usina Alta Mogiana defende etanol ‘mais rico’ e questiona: ‘O que nos impede de ter um carro movido apenas a álcool?’

23 out 2024, 12:06 - atualizado em 23 out 2024, 13:27
milho etanol
Para o diretor do comercial, o setor de etanol precisa mostrar ao consumidor as vantagens de rendimento ao abastecer com o biocombustível. (iStock.com/JJ Gouin)

O diretor comercial da Usina Alta Mogiana, Luiz Gustavo Junqueira, defendeu alterações na indústria automobilística do Brasil e pediu mais incentivos aos carros movidos a etanol, além de maior clareza ao consumidor.

“Por que não aproveitarmos a capacidade que temos nas nossas colunas de destilação e aumentamos o teor alcoólico do etanol? Hoje nós sabemos que o hidratado contém 7% de água, o que traz alguns limitantes, já que poderíamos armazenar mais etanol e menos água. Agora, se olharmos mais para o consumidor, uma mistura maior traria maiores vantagens”, disse

O comentário foi realizado durante o segundo dia da 24ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, realizado na terça-feira (22), no painel “Visão das Usinas: Preços, comercialização, novos mercados e perspectivas para safra 2025/2026.

Uma nova paridade

Segundo Junqueira, uma mistura de 95% traria maior autonomia ao consumidor, tendo que ir menos vezes aos postos de abastecimentos para encher o tanque. “Conheço muita gente que prefere abastecer com gasolina só para ir menos vezes ao posto. Com esse aumento para 95%, a paridade sairia de 70% para 75%, o que traria muito valor ao nosso mercado”.

O diretor ressalta que a mudança seria relativamente simples e não exige grandes investimentos, ainda que ocorra uma perda de produção de área.

“Os benefícios de termos um carro mais eficiente compensam os dissabores de uma menor produção. O setor precisa estudar essa mudança”, explica.

As vantagens de abastecer com etanol e falta de clareza nos postos

Junqueira sugeriu que os postos de combustíveis passem a informar a octanagem (indicador de desempenho do motor) ao consumidor na hora de abastecer.

“Nos Estados Unidos, você tem uma gasolina de 87 octanos até 93 octanos. Evidentemente que quanto mais octanos, maior o preço. Essa informação é visível em qualquer posto do país, algo que também acontece na Europa. Quanto de vocês sabem que a octanagem do hidratado é maior que a da gasolina? Enquanto a gasolina com 27% de etanol tem 87 octanos, o etanol tem 110 octanos, podendo chegar a 112. Por que o setor não divulga isso e informa o consumidor brasileiro a respeito? E mais, por que o consumidor não tem acesso a quantidade de carbono emitido?”, discorre.

No fim de sua apresentação, o diretor deixou uma provocação às montadoras. “Se existe mercado para um carro puro a gasolina, além de mercado para um veículo 100% elétrico, por que não haveria mercado para um carro 100% etanol? Há claramente um ganho energético quando adaptamos um automóvel para o combustível apropriado. Sairíamos de uma eficiência de 70% para 80%, no mínimo, apenas aproveitando a maior octanagem do etanol. Acho que o Governo adoraria estimular um carro movido a etanol, principalmente um veículo popular”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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