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Jalles, Adecoagro e Tereos dizem que preços atuais do açúcar limitam crescimento da produção

04 nov 2024, 15:00 - atualizado em 04 nov 2024, 15:03
usinas açúcar jalles (1)
(Foto: Reuters/Marcelo Texeira)

Os atuais preços de referência do açúcar bruto não estão suficientemente altos para justificar o investimento em novas usinas, e os ganhos marginais na produção decorrentes de ajustes nas unidades existentes estão próximos do limite, disseram os usineiros brasileiros nesta segunda-feira (4).

A demanda continua a crescer cerca de 2% ao ano, enquanto a produção tem sofrido devido a fatores como mudanças climáticas e políticas de mistura de biocombustíveis, como na Índia. Essa situação tem mantido o mercado em um equilíbrio apertado entre oferta e demanda.

“Quando você faz uma análise de um possível investimento em uma nova usina de açúcar, com um mix de açúcar de 50%, a taxa interna de retorno é de 9%, portanto não há incentivo”, disse Rodrigo Penna de Siqueira, diretor financeiro da Jalles (JALL3), um dos maiores grupos de açúcar do Brasil.

Siqueira disse que os preços precisam subir e permanecer altos por mais tempo para permitir novos investimentos. Seus comentários foram feitos durante uma conferência organizada pelo banco BTG Pactual em São Paulo. Outros executivos tiveram opiniões semelhantes.

“A capacidade do Brasil de colocar mais açúcar no mercado está chegando ao limite”, disse Renato Junqueira, vice-presidente da Adecoagro, que opera três usinas no Brasil.

Investimentos no açúcar

As usinas brasileiras fizeram investimentos nos últimos dois anos para aumentar o mix de açúcar, ou seja, a capacidade de desviar mais cana-de-açúcar para produzir açúcar e, consequentemente, produzir menos etanol à base de cana.

A consultoria FG/A estima que as mudanças no mix resultaram em uma capacidade adicional de produção de açúcar de 2,6 milhões de toneladas no Brasil.

Os executivos disseram que há um limite para o que pode ser feito nas usinas existentes.

Qualquer capacidade adicional de produção de açúcar provavelmente ainda virá da cana-de-açúcar, e não da beterraba, disse Pierre Santoul, diretor da Tereos Brasil.

Ele acredita que a Índia, o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, não aumentará a produção devido ao desvio do caldo de cana para o etanol a fim de atender ao seu programa de mistura, o que manterá o mercado global da commodity apertado.

“Temos uma visão construtiva para os preços (daqui para frente)”, disse ele.

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reuters@moneytimes.com.br

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