Estados Unidos (EUA)

USS Gerald R. Ford: o superporta-aviões de US$ 13 bilhões enviado pelos EUA à costa da Venezuela

27 out 2025, 10:55 - atualizado em 27 out 2025, 10:55
Travessia do USS Gerald R. Ford pelo Estreito de Gibraltar no início de outubro, junto de navios espanhóis e marroquinos • Facebook/USS Gerald R. Ford - CVN 78 -
Travessia do USS Gerald R. Ford pelo Estreito de Gibraltar no início de outubro, junto de navios espanhóis e marroquinos • Facebook/USS Gerald R. Ford - CVN 78 -

O USS Gerald R. Ford (CVN-78), maior e mais avançado porta-aviões já construído pelos Estados Unidos, é considerado um dos principais símbolos do poder militar americano. Com 337 metros de comprimento, 40 metros de altura e 100 mil toneladas de deslocamento, o navio é descrito pela Marinha dos EUA como uma plataforma de guerra sem precedentes.

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Equipado com dois reatores nucleares A1B, o porta-aviões pode operar por longos períodos sem necessidade de reabastecimento de combustível fóssil, garantindo autonomia estendida em alto-mar.
Sua velocidade ultrapassa 30 nós (cerca de 56 km/h), e a tripulação varia entre 4.500 e 5.000 pessoas, incluindo marinheiros, pilotos e equipes de apoio aéreo.

O convés de voo, com 78 metros de largura, foi projetado para receber até 90 aeronaves, segundo a plataforma Naval Technology. Entre os modelos que podem operar a bordo estão:

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Uma cidade flutuante a serviço da guerra

Projetado para substituir a classe Nimitz, o Gerald R. Ford foi incorporado à frota americana em 2017, inaugurando uma nova geração de superporta-aviões. O navio é o primeiro de uma série de quatro unidades planejadas e custou US$ 13 bilhões, tornando-se o projeto militar mais caro da história naval dos EUA.

A embarcação funciona como uma usina de guerra flutuante: abriga sistemas elétricos de última geração, centros de comando automatizados e radares multifuncionais capazes de rastrear centenas de alvos simultaneamente.

Seu sistema de lançamento eletromagnético (EMALS) substitui as catapultas a vapor tradicionais, permitindo que os caças decolem em intervalos menores e com menor desgaste.

Além disso, o navio está equipado com mísseis Evolved Sea Sparrow (ESSM), projetados para interceptar aeronaves e drones, e com o Rolling Airframe Missile (RAM), sistema antiaéreo de curto alcance.

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Essas tecnologias permitem que o Gerald R. Ford opere em zonas de guerra sem apoio terrestre, projetando poder aéreo em um raio de milhares de quilômetros.

Navio da classe Gerald R. Ford atracando na Estação Naval de Norfolk, na Virgínia, em janeiro de 2024 • Facebook/USS Gerald R. Ford
Navio da classe Gerald R. Ford atracando na Estação Naval de Norfolk, na Virgínia, em janeiro de 2024 • Facebook/USS Gerald R. Ford

Desde sua entrada em serviço, o porta-aviões tornou-se símbolo da estratégia de projeção global dos Estados Unidos.

De acordo com a Marinha americana, um grupo de ataque centrado no Gerald R. Ford é capaz de “controlar o mar, o ar e o espaço cibernético em uma área equivalente à Europa Ocidental”.

Por que o gigante está indo para o Caribe

O Gerald R. Ford e seu grupo de ataque — que inclui os destróieres USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston S. Churchill — foram enviados ao Mar do Caribe sob o argumento de reforçar as operações de combate ao narcotráfico.

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O Pentágono afirma que a missão busca “degradar e desmantelar cartéis de drogas latino-americanos”.

Especialistas em relações internacionais, no entanto, avaliam que o envio do maior porta-aviões do planeta para uma região tão sensível vai além da questão do tráfico.

O professor Vitelio Brustolin, da UFF e pesquisador de Harvard, declarou ao g1 que a movimentação “representa um recado militar direto ao governo de Nicolás Maduro”. “O Gerald Ford amplia a capacidade de realizar ataques de longo alcance e dominar as defesas aéreas da Venezuela”, afirmou Brustolin.

Escalada e petróleo no centro da disputa

Desde agosto, o governo Trump vem classificando cartéis sul-americanos como organizações terroristas e autorizando operações secretas da CIA contra alvos ligados ao chavismo.

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Em resposta, Maduro acusou os Estados Unidos de enviar agentes ao país e fez um apelo público: “No crazy war, please. A Venezuela quer paz.”

O porta-aviões USS Gerald R. Ford durante missão programada em Oslo, na Noruega, em apoio às Forças Navais dos EUA na Europa e África em setembro de 2025 • Facebook/USS Gerald R. Ford
O porta-aviões USS Gerald R. Ford durante missão programada em Oslo, na Noruega, em apoio às Forças Navais dos EUA na Europa e África em setembro de 2025 • Facebook/USS Gerald R. Ford

Relatórios recentes da ONU indicam que a crise de drogas nos EUA é impulsionada principalmente pelo fentanil produzido no México, e não pela Venezuela — o que reforça a tese de que a operação tem motivações políticas e energéticas.

A Venezuela possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, estimadas em 300 bilhões de barris, e é considerada estratégica para o equilíbrio energético global.

Brasil no tabuleiro diplomático

Durante a Cúpula da ASEAN, realizada no dia 26 em Kuala Lumpur (Malásia), Lula e Donald Trump se reuniram para discutir os rumos da relação Brasil-EUA.

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Fontes diplomáticas afirmam que a crise venezuelana foi tema central da conversa, e que Lula pediu a Trump que “levasse em conta o papel do Brasil como principal interlocutor da América do Sul” na mediação do conflito.

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Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
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