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Usuário acha brecha em Bored Ape Yatch Club e recebe ApeCoin sem possuir NFT

24 mar 2022, 16:25 - atualizado em 24 mar 2022, 16:25
Bored Ape Yacht Club
No caso, o airdrop ApeCoin podia ser reivindicado por qualquer pessoa que possuía um Bored Ape no momento do lançamento da moeda.  (Imagem: Twitter/Bored Ape Yacht Club)

Os detentores de tokens não fungíveis (NFTs) da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC) receberam um “airdrop” (uma distribuição de tokens) de ApeCoin (APE), lançada no dia 16.

A equipe alocou 150 milhões de tokens ou 15% do fornecimento total de ApeCoin aos detentores das coleções Bored Ape Yacht Club e Mutant Ape Yacht Club, totalizando um valor de mais de US$ 800 milhões. Cada detentor do NFT recebeu 10.094 tokens, avaliados entre US$ 80.000 e US$ 200.000.

Um usuário, no entanto, encontrou uma maneira de obter esse “airdrop”, usando o NFT que ele nem tinha.

No caso, o airdrop ApeCoin podia ser reivindicado por qualquer pessoa que possuía um Bored Ape no momento do lançamento da moeda.

Então, caso alguém empreste o seu Bored Ape – que ainda não tenha sido usado para reivindicar a ApeCoin – é possível utilizá-lo para este fim.

O que facilitou mais ainda o processo foi o fato de que os airdrops de ApeCoin não são distribuídos com base em quem já tinha o NFT. Em vez disso, qualquer um que possua hoje pode reivindicar suas ApeCoins.

Como o resgate de ApeCoin foi feito?

Foi possível realizar o resgate de ApeCoin utilizando um cofre (Vault) de NFT, além de empréstimos instantâneos. O cofre é um mecanismo para tokenizar um NFT ou grupo deles. O processo consiste juntá-los em conjunto, colocando-os em um cofre digital e criando, desta forma, um token.

Esse token pode ser usado para fazer stake em troca de um item que esteja contido lá dentro ou vendido. Representa uma parte do valor da coleção. Qualquer pessoa com tokens suficientes pode trocá-los por NFTs em potencial.

Um cofre foi criado em um protocolo chamado NFTX. Ele tinha cinco Bored Apes, de números #7594, #8214, #9915, #8167 e #4755, no valor de cerca de 500 ETH (US $ 1,4 milhão).

Como os NFTs estavam trancados no cofre e não eram controlados por ninguém, não foram utilizados para reivindicar ApeCoins.

A operação foi justamente desbloqueá-los e utilizá-los a fim de se obter o “airdrop” de ApeCoin. O usuário fez por meio de um empréstimo instantâneo (flash loan), e por isso operação saiu mais barata do que o comum.

Os empréstimos instantâneos são um tipo de empréstimo que os detentores de criptomoedas podem usar para facilitar a compra e venda de diferentes tipos de ativos em corretoras descentralizadas.

Eles fazem uso de contratos inteligentes para emitir os empréstimos instantaneamente.

Nesse caso, o usuário que encontrou a brecha comprou um Bored Ape no mercado NFT OpenSea por menos de US$ 300.000 e o usou como garantia para fazer um empréstimo instantâneo.

O empréstimo foi utilizado para comprar uma grande quantidade do token do então cofre, permitindo que os cinco NFTs fossem resgatados. Os NFTs foram usados ​​para reivindicar o “airdrop” de 60.564 ApeCoin. 

Eles então venderam as ApeCoins na corretora descentralizada Uniswap por 399 ETH (US$ 1,1 milhão), e também venderam de volta o Bored Ape NFT original que foi usado como garantia para o mesmo cofre da NFTX, pagando o empréstimo feito.

Bored Ape Yatch Club ApeCoin
Operação completa da reinvindicação de ApeCoin por meio de empréstimo instantâneo (Fonte: Etherscan)

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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